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Última aérea dos EUA dá adeus ao Boeing 747, primeiro avião gigante

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Imagem: Divulgação

15/12/2017 19h36

Após escrever algumas das páginas mais marcantes da história da aviação e, em seus quase 50 anos nos ares, se tornar o avião dos presidentes americanos e do turismo de massa, o Boeing 747 se despede dos Estados Unidos.

"O 747 deu asas ao mundo. Diminuiu o planeta", conta à agência de notícias AFP Michael Lombardi, historiador da Boeing, empresa que tem no 747 um símbolo.

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"Podíamos ir imediatamente de Londres a Cingapura. Todo o mundo era acessível em menos de 24 horas", acrescenta Michel Merluzeau, especialista em aviação.

Nesta terça-feira (19), a Delta Air Lines vai tirar de sua frota de transporte de passageiros o 747, após um último voo comercial Seul-Detroit. A partir daí, nenhuma companhia aérea americana terá a aeronave, enquanto Lufthansa, British Airways e Korean Air Lines continuarão voando com ele.

Voo espaçoso e confortável

Para celebrar a despedida, a Delta vai oferecer alguns voos a muitos de seus funcionários e clientes mais fiéis, que adquiriram as passagem em um leilão na internet, um sinal da nostalgia de milhares de apaixonados por esse modelo, que já começa a aparecer em alguns museus aeronáuticos.

"É o fim de uma era", opina Bob van der Linden, do setor de Ar e Espaço do museu Smithsonian, de Washington. "É um aparato que tornou a viagem de avião acessível ao grande público".

"É grande, muito confortável e tem uma escada. A janela fica afastada do passageiro, tem espaço, o viajante pode ficar confortável", explica M. van der Linden, que viajou pela última vez a bordo de um 747 em 2010.

Famoso como "Rainha dos Céus" ou "Jumbo Jet" e reconhecível por sua "corcunda" na parte frontal da fuselagem, o 747 tem capacidade para até 600 pessoas, dependendo do modelo, e conta com quatro motores.

Concebido em resposta ao apogeu do transporte aéreo e para descongestionar os aeroportos, ele abriu o caminho para outro gigante dos céus: o Airbus A380, lançado em 2005.

Mas, diante do tipo de demanda do mercado, a Boeing decidiu não substituí-lo por um modelo maior. O 777, lançado em 1995, é menor (550 lugares no máximo), economiza combustível e é mais fácil de encher, garantindo a rentabilidade das empresas.

"Francamente, não vemos uma grande demanda para os transportadores grandes", declarou em junho Randy Tinseth, diretor de marketing da Boeing.

A empresa vai continuar a fabricar 747 para carga, operações militares e o presidente dos Estados Unidos.

Para ser piloto da Esquadrilha da Fumaça, precisa ter 1.500 horas de voo

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