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Crescimento da economia chinesa acelera em 2017 pela 1ª vez em 7 anos

18/01/2018 14h01

Pequim, 18 Jan 2018 (AFP) - A economia chinesa cresceu, em 2017, 6,9%, após sete anos de desaceleração, que tinham levado o gigante asiático ao seu menor nível de crescimento em 25 anos no ano passado.

"A economia nacional manteve seu desenvolvimento estável e saudável em 2017", disse Ning Jizhe, diretor do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), nesta quinta-feira.

"Contudo, temos que estar cientes de que persistem dificuldades e desafios para a economia. A melhoria da qualidade e a eficiência continuam sendo uma tarefa árdua", afirmou.

Por outro lado, o NBS anunciou um crescimento de 6,8% no último trimestre do ano, apesar de uma grande campanha contra a poluição, que prejudicou a atividade econômica e o pedido das autoridades para lutar contra o endividamento.

O crescimento de 6,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 ficou 0,1 ponto acima da previsão média de onze analistas consultados pela AFP.

O dado também é uma vitória para o governo, que apostou neste ano no crescimento de "cerca de 6,5%". Apesar das dúvidas quanto à sua confiabilidade, o PIB do país é fundamental porque a economia representa um terço do crescimento mundial.

A aceleração do crescimento em 2017 é explicada, em primeiro lugar, pelas novas infraestruturas, investimentos no setor imobiliário e na melhoria da demanda internacional.

O governo também ofereceu crédito mais fácil, o que estimulou a demanda das famílias. Embora o crescimento das vendas no varejo tenha diminuído em dezembro (+ 9,4%), aumentou 10,2% ao longo do ano.

Outro fator de crescimento é o comércio exterior (+8% de aumento nas exportações em 2017), fundamental na economia do gigante asiático, que se recuperou em 2017 graças a uma conjuntura mais favorável nos Estados Unidos.

- Ameaça da dívida -No entanto, o crescimento continua sob a ameaça de dívida (pública e privada) do país, que excede 250% do PIB. As autoridades fortaleceram sua legislação, mas as "tensões" continuam a ameaçar a estabilidade financeira da China, alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em dezembro.

O PIB da China também foi freado por várias medidas do governo de Pequim, como limitar os excedentes de produção ou restrições no setor imobiliário para limitar a bolha imobiliária nas grandes cidades.

Uma das decisões mais importantes das autoridades chinesas em 2017 foi a campanha contra a poluição atmosférica, que forçou as fábricas no norte do país a fechar ou reduzir sua produção.

No entanto, essas medidas não tiveram um impacto decisivo como era esperado pelos observadores, e o crescimento no quarto trimestre manteve-se em 6,8%, seguindo a tendência do primeiro (6,9%), do segundo (6,9%) e do terceiro trimestres (6,8%).

A produção industrial foi robusta em dezembro (+6,2%). No ano todo, cresceu 6,6%.

O governo chinês pretende reorientar a economia para os serviços e parar de confiar tanto em infraestrutura, exportações e indústria pesada. No entanto, os investimentos em capital fixo, um indicador dos gastos com infraestrutura, aumentaram 7,2% em 2017, disse o BNS nesta quinta.

"Em 2018, economia chinesa deve ter um crescimento de 6,5%. A exacerbação das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos é o único risco de curto prazo", disse o banco ANZ em nota.

Desde a chegada ao poder do presidente americano, Donald Trump, seu governo denuncia o desequilíbrio do comércio entre os dois países e lançou várias investigações sobre as práticas comerciais chinesas.

bur-ehl/bar/ggy/pc/acc/ll