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UE não obtém garantias sobre tarifas anunciadas pelos EUA

10/03/2018 15h21

Bruxelas, 10 Mar 2018 (AFP) - A União Europeia (UE) não obteve neste sábado garantias de que ficará isenta das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre o aço e alumínio, após advertir os Estados Unidos sobre os riscos de uma guerra comercial.

Os europeus expressaram hoje sua decepção ao representante americano do Comércio, Robert Lighthizer, que viajou a Bruxelas para uma reunião já prevista com a comissária europeia do ramo, Cecilia Malmstrom, e o ministro japonês da Economia, Hiroshige Seko.

Assim como a UE, o Japão exige isenção das taxas anunciadas na última quinta-feira por Trump, de 25% sobre a importação de aço e 10% sobre a de alumínio.

"Foi uma discussão franca, mas não obtivemos clareza imediata sobre o procedimento para ficarmos isentos, e as negociações continuarão na próxima semana", anunciou Malmstrom no Twitter após o encontro, de quatro horas.

"Somos um aliado próximo e um sócio comercial dos Estados Unidos, e, como tal, a União Europeia deve ser excluída das medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump", insistiu Malmstrom.

O encontro também abordou a cooperação entre os três parceiros para lutar contra o dumping e os problemas envolvendo a sobrecapacidade no setor siderúrgico. A delegação europeia considerou que houve bons resultados nesta parte da reunião, e espera que Trump leve em conta seus esforços.

Embora nem europeus, nem japoneses esperassem uma decisão hoje, quiseram aproveitar para pressionar os americanos. Eles exigem uma isenção das novas tarifas e rejeitam a condição de um acordo sobre a segurança, como o imposto pelo presidente americano à Austrália.

O presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu Trump nesta sexta-feira sobre as consequências de sua decisão.

"Tais medidas contra países aliados, que respeitam as regras do comércio mundial, não seriam eficazes para lutar contra as práticas desleais", afirmou.

"A Europa responderá de forma clara e proporcional a qualquer prática infundada e contrária às regras do comércio mundial", completou.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, reconheceu ontem que não esperava ver tudo resolvido com esta reunião.

"Mas precisamos de esclarecimentos e iniciar um diálogo com os Estados Unidos, a fim de evitar uma escalada para um conflito comercial global", disse.

"O modo como vai funcionar o processo de isenção não está muito claro. Mas eu espero que ninguém tenha a expectativa de que faremos concessões em questões comerciais", destacou Katainen.

"Isto não é uma negociação comercial. Estamos falando de uma ação unilateral contra as regras internacionais. Queremos resolver antes que se transforme realmente em um problema".

Katainen mencionou que a UE está "pronta para utilizar, se necessário, medidas de reequilíbrio contra produtos americanos emblemáticos, como jeans, motos de grande cilindrada ou manteiga de amendoim".

A estratégia do Executivo da UE também passa por adotar medidas de salvaguarda, para proteger a indústria europeia de um eventual desvio das exportações de terceiros países apontados por Washington, e por uma demanda na Organização Mundial do Comércio (OMC).

zap/csg/ple/an-jz/sgf/pa/fp/lb

O representante do Comércio americano, Robert Lighthizer, desembarcou neste sábado em Bruxelas para uma reunião, que já estava prevista há vários meses, como Malmstrom e com o ministro japonês da Economia Hiroshige Seko. O Japão, assim como a UE, exige isenção para o país das tarifas americanas.

"Foi uma discussão franca sobre o grave problema que as tarifas americanas representam", destacou Malmstrom.

Trump anunciou na quinta-feira a decisão de impor tarifas de importação de 25% para o aço e 10% para o alumínio.

A Europa exportou 5,3 bilhões de euros em aço e 1,1 bilhão de euros em alumínio para os Estados Unidos em 2017.

Aliados e rivais dos Estados Unidos criticam desde quinta-feira uma guinada protecionista de Washington e um ataque ao livre comércio.

Europeus e japoneses exigem uma isenção das novas tarifas e rejeitam a condição de um acordo sobre a segurança, como o imposto pelo presidente americano à Austrália.

O presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu Trump na sexta-feira sobre as consequências de sua decisão.

"Tais medidas contra países aliados, que respeitam as regras do comércio mundial, não seriam eficazes para lutar contra as práticas desleais", afirmou.

"A Europa responderá de forma clara e proporcional a qualquer prática infundada e contrária às regras do comércio mundial", completou.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, admitiu na sexta-feira que não esperava ver tudo resolvido com esta reunião.

"Mas precisamos de esclarecimentos e iniciar um diálogo com os os Estados Unidos, com o objetivo de evitar uma escalada para um conflito comercial global", disse.

"O modo como vai funcionar o processo de isenção não está muito claro. Mas eu espero que ninguém tenha a expectativa de que faremos concessões em questões comerciais", destacou Katainen.

"Isto não é uma negociação comercial. Estamos falando de uma ação unilateral contra as regras internacionais. Queremos resolver antes que se transforme realmente em um problema".

Katainen mencionou que a UE está "pronta para utilizar, se necessário, medidas de reequilíbrio contra produtos americanos emblemáticos como jeans, motos de grande cilindrada ou manteiga de amendoim".

A estratégia do Executivo da UE também passa por adotar medidas de salvaguarda, para proteger a indústria europeia de um eventual desvio das exportações de terceiros países apontados por Washington, e por uma demanda na Organização Mundial do Comércio (OMC).