Bruxelas aprovou compra da Monsanto pela Bayer com condições
Bruxelas, 21 Mar 2018 (AFP) - A Comissão Europeia autorizou, nesta quarta-feira (21), a gigante alemã da agroquímica Bayer a adquirir sua concorrente americana Monsanto, desde que se comprometa a vender parte de suas atividades em setores como sementes.
Esta operação, que segundo Bruxelas levará ao "maior ator integrado do mundo nos setores das sementes e pesticidas", se deu em um setor cada vez mais concentrado com a fusão dos americanos Dow e DuPont e a compra do suíço Syngenta pelo gigante chinês ChemChina.
"Autorizamos o projeto de aquisição da Monsanto pela Bayer porque as soluções propostas pelas partes, acima dos 6 bilhões de euros, respondem plenamente a nossas preocupações em termos de concorrência", disse a comissária europeia Margrethe Vestager.
Bruxelas abriu em 22 de agosto de 2017 uma investigação sobre a aquisição da empresa americana especializada em pesticidas pela Bayer, por temer que a operação reduzisse a concorrência, prejudicando agricultores europeus.
A empresa alemã se comprometeu, durante a investigação, a ceder atividades e ativos no setor de sementes e pesticidas para evitar duplicidades com a Monsanto, empresa que faz a maior parte suas vendas nos Estados Unidos e na América Latina.
Sediada em Leverkusen (oeste da Alemanha), a Bayer também se comprometeu a conceder uma licença em sua carteira de produtos no setor de agricultura digital, baseado em recolher dados meteorológicos e até agrícolas privados para fazer recomendações aos agricultores.
"A aprovação da Comissão Europeia é um grande sucesso e um marco importante", declarou Werner Baumann, diretor-geral da Bayer, destacando que já obtiveram "significativamente mais" da metade das 30 autorizações necessárias, entre elas de Brasil e China.
A China já aprovou a operação em 13 de março, também sob condições de ceder certas atividades, mas nos Estados Unidos as autoridades de concorrência parecem reticentes em conceder a autorização.
- À espera da Basf -A autorização da operação está vinculada, na Europa, no entanto, à aprovação da Comissão para a proposta de outubro da Bayer de vender por 6 bilhões de euros em atividades agroquímicas, que libera para sua compatriota Basf.
A fusão entre Bayer e Monsanto, anunciada em setembro de 2016 pela quantia de 66 bilhões de euros, não poderá ser concretizada até o fim da análise de Bruxelas.
Com a decisão, Bruxelas ignora ONGs que, durante a investigação, alertaram para o impacto ao meio-ambiente e para o poder que teria o grupo resultante da fusão, que produz organismos geneticamente modificados, os OGMs, e glifosato, um pesticida controverso.
"Essa fusão criará a maior e mais poderosa empresa de agronegócios do mundo, que vai tratar de forçar a entrada de suas sementes geneticamente modificadas e de tóxicos em nossos alimentos e no campo", alertou nesta quarta Adrian Bebb, da Amigos da Terra
O eurodeputado ambientalista José Bové lamentou a decisão do Executivo comunitário, que pode ser denunciado no Tribunal de Justiça da UE (TJUE), e alertou que a Bayer se tornará "o maior ator europeu no âmbito dos produtos químicos agrícolas e nos medicamentos".
Esta operação, que segundo Bruxelas levará ao "maior ator integrado do mundo nos setores das sementes e pesticidas", se deu em um setor cada vez mais concentrado com a fusão dos americanos Dow e DuPont e a compra do suíço Syngenta pelo gigante chinês ChemChina.
"Autorizamos o projeto de aquisição da Monsanto pela Bayer porque as soluções propostas pelas partes, acima dos 6 bilhões de euros, respondem plenamente a nossas preocupações em termos de concorrência", disse a comissária europeia Margrethe Vestager.
Bruxelas abriu em 22 de agosto de 2017 uma investigação sobre a aquisição da empresa americana especializada em pesticidas pela Bayer, por temer que a operação reduzisse a concorrência, prejudicando agricultores europeus.
A empresa alemã se comprometeu, durante a investigação, a ceder atividades e ativos no setor de sementes e pesticidas para evitar duplicidades com a Monsanto, empresa que faz a maior parte suas vendas nos Estados Unidos e na América Latina.
Sediada em Leverkusen (oeste da Alemanha), a Bayer também se comprometeu a conceder uma licença em sua carteira de produtos no setor de agricultura digital, baseado em recolher dados meteorológicos e até agrícolas privados para fazer recomendações aos agricultores.
"A aprovação da Comissão Europeia é um grande sucesso e um marco importante", declarou Werner Baumann, diretor-geral da Bayer, destacando que já obtiveram "significativamente mais" da metade das 30 autorizações necessárias, entre elas de Brasil e China.
A China já aprovou a operação em 13 de março, também sob condições de ceder certas atividades, mas nos Estados Unidos as autoridades de concorrência parecem reticentes em conceder a autorização.
- À espera da Basf -A autorização da operação está vinculada, na Europa, no entanto, à aprovação da Comissão para a proposta de outubro da Bayer de vender por 6 bilhões de euros em atividades agroquímicas, que libera para sua compatriota Basf.
A fusão entre Bayer e Monsanto, anunciada em setembro de 2016 pela quantia de 66 bilhões de euros, não poderá ser concretizada até o fim da análise de Bruxelas.
Com a decisão, Bruxelas ignora ONGs que, durante a investigação, alertaram para o impacto ao meio-ambiente e para o poder que teria o grupo resultante da fusão, que produz organismos geneticamente modificados, os OGMs, e glifosato, um pesticida controverso.
"Essa fusão criará a maior e mais poderosa empresa de agronegócios do mundo, que vai tratar de forçar a entrada de suas sementes geneticamente modificadas e de tóxicos em nossos alimentos e no campo", alertou nesta quarta Adrian Bebb, da Amigos da Terra
O eurodeputado ambientalista José Bové lamentou a decisão do Executivo comunitário, que pode ser denunciado no Tribunal de Justiça da UE (TJUE), e alertou que a Bayer se tornará "o maior ator europeu no âmbito dos produtos químicos agrícolas e nos medicamentos".
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