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Deutsche Bank anuncia plano para demitir mais de 7 mil funcionários

24/05/2018 14h03

Frankfurt am Main, 24 Mai 2018 (AFP) - Principal banco alemão, o Deutsche Bank, que enfrenta dificuldades financeiras, anunciou nesta quinta-feira um plano para cortar mais de 7 mil postos de trabalho no mundo e reduzir drasticamente suas atividades de investimento.

O banco passará a ter menos de 90.000 funcionários, contra os 97.130 que tinha no fim de março, de acordo com um comunicado do Deutsche Bank distribuído no dia da assembleia de acionistas em Frankfurt.

"A redução do número de postos de trabalho está em curso", disse o grupo. Segundo a imprensa alemã, isso poderia acabar respresentando um total de 10 mil empregos.

A redução de pessoal, que afeta um de cada dez funcionários, vai acontecer em todas as regiões do mundo, particularmente no setor de banco de investimentos, que representa 18 mil vagas.

O Deutsche Bank confirma, assim, uma mudança de estratégia histórica e deixa de lado sua ambição dos últimos anos de concorrer com os grandes bancos de investimento americanos.

Quem está na raiz da mudança de rumo é Christian Sewing, novo diretor-executivo, nomeado em abril, após a saída forçada de seu predecessor, o britânico John Cryan.

"Continuamos apoiando nosso banco de investimento e sendo internacionais (...), mas temos que nos concentrar no que fazemos realmente bem", indicou Sewing. "Somos a alternativa europeia no negócio de financiamento e dos mercados de capitais", acrescentou.

O Deutsche Bank prevê gastar 800 milhões de euros na reestruturação - a maior parte para pagar as indenizações de funcionários demitidos.

- 'Se concentrar na Europa' -O corte de vagas, que já foi anunciado em abril, afetará princiaplmente Estados Unidos e as atividades do banco na Ásia.

A redução do negócio de investimento também implicada a de seus ativos de risco em 100 bilhões de euros, 10% do total desta atividade, que em março de 2018 representava 1,05 trbilhão de euros.

Concentrando seus negócios na Europa, o banco alemão espera reduzir seus custos em pelo menos 23 bilhões de euros este ano, mas sem ter que vender ativos.

A eliminação de 7 mil postos dá fim aos anos de fortalecimento de uma divisão do Deutsche Bank que ganhou muita importância antes de se tornar um passivo financeiro.

De meados dos anos 1990 até 2012, sob a direção do suíço Josef Ackermann, o banco tentou ser um líder entre bancos de investimento para competir com os gigantes americanos e deixar de lado sua atividade de banco de varejo.

Mas, nos últimos anos, a entidade foi envolvida em vários processos judiciais que a fizeram perder participação de mercado neste setor.

O Deutsche Bank registra prejuízo há três anos, e suas ações caíram a um terço de seu valor apenas neste ano devido à desconfiança dos investidores na sua capacidade de recuperação.

Em 2017, a entidade registrou um resultado líquido negativo de 735 milhões de euros, com queda de 12% nas receitas.

ys/acc/fp/ll

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