Merkel se diz disposta a negociar redução de tarifas sobre carros internacionalmente
Berlim, 5 Jul 2018 (AFP) - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira estar disposta a iniciar negociações internacionais com seus parceiros para reduzir as tarifas à indústria automobilística, desativando assim o conflito comercial entre o bloco europeus e os Estados Unidos.
Esta negociação, "na qual estaria disposta" a participar, não pode se dar apenas entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, "mas com todos os países com os quais comercializamos veículos", disse à imprensa.
Merkel afirmou que precisava de "uma posição europeia comum" sobre este assunto, que está "sendo elaborada". O assunto será tratado em uma próxima visita do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a Washington no fim deste mês.
A dirigente alemã abriu assim o debate sobre uma proposta feita na noite de quarta-feira pelo embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, Richard Grenell, próximo ao presidente Donald Trump, aos dirigentes das três maiores fabricantes alemãs, Volkswagen, BMW e Daimler, bem como ao da Continental, de autopeças.
No encontro a portas fechadas, confirmado à AFP por uma fonte do setor, Grenell ofereceu que os Estados Unidos e a Europa zerem, mutuamente, as tarifas às importações de carros.
"É preciso garantir a igualdade de tratamento para todos os parceiros comerciais", respondeu Merkel, afastando a possibilidade de negociações bilaterais entre Washington e Bruxelas.
Mas renunciar multilateralmente às tarifas sobre automóveis "é uma opção que posso imaginar", acrescentou.
Trump ameaça aumentar as tarifas sobre as importações de veículos da UE a 20%, o que afetaria a Alemanha, cuja economia é muito dependente do setor automotivo.
- Grande zona de livre-comércio? -A disposição por parte da maior economia da Europa - e maior fabricante de automóveis - de dispensar as tarifas do setor automotivo, deve ser valorizada por Trump, que já sugeriu em uma cúpula do G7 que o bloco das nações industrializadas se torne uma zona de livre-comércio.
Essas propostas foram, no entanto, deixadas de lado por uma série de outros problemas, incluindo a decisão de Washington de abandonar o acordo nuclear sobre o Irã.
Para os gigantes do setor automotivo, a perspectiva de tarifas zero para seus produtos é algo que dificilmente pode ser mais tentador.
A BMW, que tem uma fábrica que emprega 10.000 pessoas na Carolina do Sul, disse à AFP que "apoia um aumento no comércio através da redução de barreiras tarifárias, particularmente aquelas que afetam o comércio de veículos entre os Estados Unidos e a União Europeia".
A Câmara de Comércio e da Indústria alemã também garantiu que apoia a ideia.
"É melhor debater sobre uma redução de tarifas que assistir a uma escalada" no conflito comercial com novas tarifas, afirmou Martin Wansleben, que dirige a Câmara.
Sinal do temor que uma guerra comercial desperta na indústria automobilística, a perspectiva de isenção de tarifas afetou as bolsas de valores, onde as ações das gigantes automobilísticas registraram altas marcantes.
Esta negociação, "na qual estaria disposta" a participar, não pode se dar apenas entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, "mas com todos os países com os quais comercializamos veículos", disse à imprensa.
Merkel afirmou que precisava de "uma posição europeia comum" sobre este assunto, que está "sendo elaborada". O assunto será tratado em uma próxima visita do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a Washington no fim deste mês.
A dirigente alemã abriu assim o debate sobre uma proposta feita na noite de quarta-feira pelo embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, Richard Grenell, próximo ao presidente Donald Trump, aos dirigentes das três maiores fabricantes alemãs, Volkswagen, BMW e Daimler, bem como ao da Continental, de autopeças.
No encontro a portas fechadas, confirmado à AFP por uma fonte do setor, Grenell ofereceu que os Estados Unidos e a Europa zerem, mutuamente, as tarifas às importações de carros.
"É preciso garantir a igualdade de tratamento para todos os parceiros comerciais", respondeu Merkel, afastando a possibilidade de negociações bilaterais entre Washington e Bruxelas.
Mas renunciar multilateralmente às tarifas sobre automóveis "é uma opção que posso imaginar", acrescentou.
Trump ameaça aumentar as tarifas sobre as importações de veículos da UE a 20%, o que afetaria a Alemanha, cuja economia é muito dependente do setor automotivo.
- Grande zona de livre-comércio? -A disposição por parte da maior economia da Europa - e maior fabricante de automóveis - de dispensar as tarifas do setor automotivo, deve ser valorizada por Trump, que já sugeriu em uma cúpula do G7 que o bloco das nações industrializadas se torne uma zona de livre-comércio.
Essas propostas foram, no entanto, deixadas de lado por uma série de outros problemas, incluindo a decisão de Washington de abandonar o acordo nuclear sobre o Irã.
Para os gigantes do setor automotivo, a perspectiva de tarifas zero para seus produtos é algo que dificilmente pode ser mais tentador.
A BMW, que tem uma fábrica que emprega 10.000 pessoas na Carolina do Sul, disse à AFP que "apoia um aumento no comércio através da redução de barreiras tarifárias, particularmente aquelas que afetam o comércio de veículos entre os Estados Unidos e a União Europeia".
A Câmara de Comércio e da Indústria alemã também garantiu que apoia a ideia.
"É melhor debater sobre uma redução de tarifas que assistir a uma escalada" no conflito comercial com novas tarifas, afirmou Martin Wansleben, que dirige a Câmara.
Sinal do temor que uma guerra comercial desperta na indústria automobilística, a perspectiva de isenção de tarifas afetou as bolsas de valores, onde as ações das gigantes automobilísticas registraram altas marcantes.
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