Argentina e FMI dialogam em Washington, enquanto peso opera estável
Washington/Buenos Aires, 5 Set 2018 (AFP) - A Argentina avança na reformulação do crédito obtido para estabilizar a economia, mas não busca fundos adicionais, disse nesta quarta-feira seu ministro da Fazenda Nicolás Dujovne, que reconheceu que o país está em "recessão" e que a recuperação será "lenta".
"Há 50,65 bilhões de dólares com os quais eles contribuíram quando fechamos o pacote em junho. Nós achamos que é o necessário e não estamos conversando com eles sobre fundos adicionais", disse após se reunir em Washington com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Argentina espera que o FMI antecipe a entrega de recursos para cobrir suas necessidades de financiamento até o final do ano que vem e assim dar confiança aos investidores de que honrará seus compromissos.
Na quarta-feira, o peso argentino fez uma pausa em sua queda e se valorizou 1,3%, a 39,28 o dólar. Ainda assim acumula uma perda de 0,79% ao longo de setembro, após cair em agosto quase 28% apesar da taxa básica de juros ter chegado aos astronômicos 60%.
Nesta quarta-feira, o Banco Central defendeu o peso oferecendo divisas aos bancos, o que não fazia desde junho passado, e leiloou 100 milhões de dólares.
Em Washington, Dujovne disse que as negociações iniciadas na terça-feira com o FMI estão progredindo.
"Continuamos avançando, acho que de maneira muito produtiva, para chegar a uma rápida conclusão das negociações que estamos tendo para reformular o acordo", disse Dujovne.
O FMI aprovou em junho um acordo "stand-by" com a Argentina a três anos de 50 bilhões de dólares, dos quais já recebeu 15 bilhões, em meio a uma corrida cambiária que começou em abril e se agravou nos últimos dias, atingida pelo impacto da crise da Turquia nas moedas de países emergentes.
Buenos Aires se propõe a aplicar um rigoroso plano de austeridade para reduzir drasticamente o déficit de suas contas, o que indica medidas impopulares, que já têm gerado protestos nas ruas.
"Estamos atravessando uma recessão, sabemos disso e sabemos que os argentinos estão atravessando um momento difícil", disse. "Estamos convencidos de que vamos a reverter esta situação rapidamente", acrescentou.
- Reestruturar a dívida? -Para a vice-diretora do Centro de Estudos de Informações Prospectivas e Internacionais (CEPII) em Paris, Anne-Laure Delatte, "os investidores acreditam que as medidas adotadas provavelmente não serão muito eficazes".
"Para mim, é difícil ver como a Argentina poderia enfrentar suas obrigações, e uma delas é provavelmente a dívida, que teria que ser reestruturada", explicou Delatte.
"Com essa medida, a Argentina tentaria negociar com seus credores uma prorrogação dos prazos de vencimento da dívida, ou condições mais favoráveis (para seu pagamento), o que permitiria evitar uma suspensão total dos pagamentos", afirmou.
Para o cientista político Sergio Berensztein, agora a Argentina pode capitalizar as vantagens de "voltar a fazer parte da comunidade internacional".
"É importante que o governo reconheça que existe uma crise profunda", acrescentou.
Para ele, a conversa telefônica de terça-feira entre Donald Trump e Macri é um sinal mais forte, já que o mandatário americano renovou seu apoio a Buenos Aires, segundo a Casa Branca.
"Há 50,65 bilhões de dólares com os quais eles contribuíram quando fechamos o pacote em junho. Nós achamos que é o necessário e não estamos conversando com eles sobre fundos adicionais", disse após se reunir em Washington com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Argentina espera que o FMI antecipe a entrega de recursos para cobrir suas necessidades de financiamento até o final do ano que vem e assim dar confiança aos investidores de que honrará seus compromissos.
Na quarta-feira, o peso argentino fez uma pausa em sua queda e se valorizou 1,3%, a 39,28 o dólar. Ainda assim acumula uma perda de 0,79% ao longo de setembro, após cair em agosto quase 28% apesar da taxa básica de juros ter chegado aos astronômicos 60%.
Nesta quarta-feira, o Banco Central defendeu o peso oferecendo divisas aos bancos, o que não fazia desde junho passado, e leiloou 100 milhões de dólares.
Em Washington, Dujovne disse que as negociações iniciadas na terça-feira com o FMI estão progredindo.
"Continuamos avançando, acho que de maneira muito produtiva, para chegar a uma rápida conclusão das negociações que estamos tendo para reformular o acordo", disse Dujovne.
O FMI aprovou em junho um acordo "stand-by" com a Argentina a três anos de 50 bilhões de dólares, dos quais já recebeu 15 bilhões, em meio a uma corrida cambiária que começou em abril e se agravou nos últimos dias, atingida pelo impacto da crise da Turquia nas moedas de países emergentes.
Buenos Aires se propõe a aplicar um rigoroso plano de austeridade para reduzir drasticamente o déficit de suas contas, o que indica medidas impopulares, que já têm gerado protestos nas ruas.
"Estamos atravessando uma recessão, sabemos disso e sabemos que os argentinos estão atravessando um momento difícil", disse. "Estamos convencidos de que vamos a reverter esta situação rapidamente", acrescentou.
- Reestruturar a dívida? -Para a vice-diretora do Centro de Estudos de Informações Prospectivas e Internacionais (CEPII) em Paris, Anne-Laure Delatte, "os investidores acreditam que as medidas adotadas provavelmente não serão muito eficazes".
"Para mim, é difícil ver como a Argentina poderia enfrentar suas obrigações, e uma delas é provavelmente a dívida, que teria que ser reestruturada", explicou Delatte.
"Com essa medida, a Argentina tentaria negociar com seus credores uma prorrogação dos prazos de vencimento da dívida, ou condições mais favoráveis (para seu pagamento), o que permitiria evitar uma suspensão total dos pagamentos", afirmou.
Para o cientista político Sergio Berensztein, agora a Argentina pode capitalizar as vantagens de "voltar a fazer parte da comunidade internacional".
"É importante que o governo reconheça que existe uma crise profunda", acrescentou.
Para ele, a conversa telefônica de terça-feira entre Donald Trump e Macri é um sinal mais forte, já que o mandatário americano renovou seu apoio a Buenos Aires, segundo a Casa Branca.
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