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Política comercial dos EUA enfrenta desafios com Canadá e China

06/09/2018 19h53

Washington, 6 Set 2018 (AFP) - A política comercial do presidente Donald Trump enfrenta desafios nesta quinta-feira, enquanto o governo tenta chegar a um acordo comercial com o Canadá e considera lançar uma nova série de tarifas contra produtos da China.

Com o Canadá, maior sócio comercial dos Estados Unidos, as negociações pareciam se orientar a um acordo para modernizar o tratado norte-americano de livre-comércio Nafta, também integrado pelo México. Negociadores de alto nível dedicam o dia a resolver divergências e salvar esse acordo em vigor desde 1994.

Com a China, não houve discussão para resolver as controvérsias comerciais bilaterais, e Trump poderá impor nesta quinta tarifas sobre a metade dos produtos que importa da segunda economia mundial.

Nesta quinta-feira, expira o prazo das audiências públicas sobre tarifas punitivas por 200 bilhões de dólares que a Casa Branca planeja aplicar à China e Trump supostamente quer aplicá-las imediatamente.

Caso isso aconteça, o total das tarifas dos Estados Unidos a mercadorias chinesas chegaria a 250 bilhões de dólares; o que equivale à metade de todas as importações do ano passado.

Trump pressiona a China para que mude sua política comercial e permita mais importações. O presidente diz também que quer reduzir o déficit comercial com a China de 335 bilhões de dólares.

Em Pequim, o ministério do Comércio disse nesta quinta que prepara as represálias que aplicará imediatamente depois que os Estados Unidos impuserem as novas tarifas.

"Se dogmaticamente os Estados Unidos implementarem novas medidas tarifárias contra a China, Pequim deverá adotar as contramedidas necessárias", disse Gao Feng, porta-voz do ministério.

Essas contramedidas incluem tarifas a produtos importados dos Estados Unidos por 60 bilhões de dólares, acrescentou.

Até agora, a China aplicou represálias no mesmo montante das adotadas por Washington, mas como importa dos Estados Unidos menos de 200 bilhões de dólares está ficando sem margem para equipará-las.

No entanto, especialistas advertiram que a China tem outras formas de contra atacar; entre elas impor regulamentações e barreiras não tarifárias.

Paralelamente, continuam em Washington as negociações com o Canadá para chegar a um Nafta 2.0 que mantenha seu atual formato trilateral, mesmo após Trump afirmar, na quarta-feira, que pode haver uma surpresa com um novo nome para este tratado.

Técnicos de ambos os países trabalharam intensamente na noite de quarta para quinta-feira abordando diversos assuntos, disse a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland.

Ao fim das reunião de alto nível na quarta-feira, Freeland advertiu que, embora haja otimismo, "nas negociações comerciais nada está acordado até que tudo esteja acordado"

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