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Obras contemporâneas continuam ganhando terreno no mercado da arte

01/10/2018 21h14

Paris, 2 Out 2018 (AFP) - As obras contemporâneas continuam reforçando seu peso no mercado da arte, com um sucesso que se explica em parte pelo fato de que seus artistas abordam cada vez mais os assuntos que preocupam a sociedade, segundo o relatório anual da Artprice.

Embora a arte moderna (artistas nascidos entre 1860-1920) se mantenha como líder indiscutível do setor, a contemporânea (nascidos a partir de 1945) registrou um aumento significativo de seu volume de negócios, de 19% entre julho de 2017 e junho de 2018, até 1,8 bilhão de dólares.

Segundo este estudo anual, o número de lotes vendidos aumentou 17% nesse período, com 66.850 leilões.

Os preços da arte contemporânea aumentaram 18,5%, indicou Artprice, líder mundial de bancos de dados sobre os índices de cotização da arte.

O preço médio de uma obra contemporânea em um leilão passou de 8.400 dólares na virada do século XXI para 28.000 dólares hoje em dia.

Os três artistas contemporâneos que mais venderam são: Jean-Michel Basquiat (256 milhões de dólares), o escocês Peter Doig (101 milhões) e o italiano Rudolf Stingel (52 milhões).

A distribuição das receitas de vendas por períodos de criação é a seguinte: arte moderna (47%), arte do pós-guerra (21%), arte contemporânea (12%), mestres da antiguidade e do século XIX (cada um com 10%).

A arte contemporânea "voltou a pôr os pés na Terra, dialoga com seu tempo (...) e como nos anos 1960, se posiciona sobre assuntos da atualidade", disse à AFP Thierry Ehrmann, presidente da Artprice.

Além disso, as galerias estão cientes de que a diversificação de uma coleção é primordial e "os artistas muitas vezes autolimitam sua produção", para não se sabotarem se criam obras demais, segundo este especialista.

Outro fator é que a arte contemporânea trabalha cada vez mais com as tecnologias de ponta da indústria, como as impressoras 3D e as nanopartículas.

Diante da "uniformização dos produtos de massa, a obra de arte permanece singular" e o museu se transforma na "catedral do século XXI, onde as novas gerações vêm buscar algo sagrado que a sociedade perdeu".

Por outro lado, a escalada dos artistas chineses é espetacular. Liderada por Chen Yifei, Zhang Xiaogang e Zeng Franzhi, a "grande China" (incluindo Hong Kong e Taiwan) representa 480 milhões de dólares, mais de um quarto do mercado (26%).

A China "conta com um milhão de artistas contemporâneos que só vivem de suas obras. Seu número, sua qualidade e seu sentido agudo da crítica está levando-os a liderar o mercado", segundo Ehrmann.

jlv/app/jvb/db/cc

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