No Salão do Automóvel de Paris, Brexit duro preocupa empresários do setor
Paris, 2 Out 2018 (AFP) - Sobram preocupações para os líderes da indústria automobilística, reunidos nesta terça-feira (2) no Salão do Automóvel de Paris. Contudo, a possibilidade de um Brexit sem acordo entre Londres e a União Europeia (UE) se tornou a maior fonte de angústia.
Quando listou os riscos para o mercado automobilístico global, a primeira coisa que Harald Krüger, presidente da BMW, mencionou foi a possibilidade de uma saída do Reino Unido da UE sem um acordo, a seis meses de se concretizar.
O Brexit "já deixa seus rastros", explicou durante uma mesa redonda com jornalistas. No Reino Unido, "o mercado está encolhendo, estamos vendendo menos carros".
No entanto, o Reino Unido é o maior mercado de exportação para o grupo, assim como é para toda a poderosa indústria automobilística alemã, um argumento frequentemente usado pelos partidários britânicos do Brexit para impor negociações com a UE.
"Estamos nos preparando para enfrentar uma situação difícil", se não houver acordo político entre agora e abril de 2019, advertiu Krüger.
A fabricante, que emprega cerca de 8.000 pessoas, já adiantou até o fim de março o recesso de verão (boreal) de sua fábrica do modelo Mini no Reino Unido, para que coincida com a saída da UE, e evite perturbações se não houver um acordo.
"Todas as empresas se preparam para o pior, embora esperem o melhor. O pior seria um Brexit duro, mas, no fim das contas, esperamos que a razão prevaleça", afirmou nesta terça Carlos Ghosn, presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, grupo também estabelecido no Reino Unido.
- Queda dos preços -"A visibilidade é o mais importante para os fabricantes", acrescentou. "A falta de visibilidade equivale a parar seus investimentos, e hoje vivemos uma situação de congelamento".
Os investimentos no setor automotivo no Reino Unido recuaram 50% no primeiro semestre do ano.
Ghosn enviou uma espécie de alerta para os defensores de um Brexit duro: "Não acho que qualquer fabricante não esteja preparado para o pior. Nós não gostamos disso, mas estamos preparados".
Entre os riscos políticos internacionais para o setor automotivo, "o primeiro é o Brexit", disse à AFP Maxime Lemerle, especialista na indústria de Euler Hermes.
"O Reino Unido é um mercado importante e um importante centro de produção e, nesse mercado, com 80% dos veículos importados, dois terços são da UE", explica. Por outro lado, "80% da produção do Reino Unido é exportada", principalmente para a Europa.
Alterar a distribuição das cadeias de fornecimento e das fábricas significaria um enorme custo para as fabricantes internacionais, bem com a perda de volumes de venda no caso de serem impostas tarifas alfandegárias.
No Reino Unido, "espera-se uma queda das vendas de 6% em 2018, e de 3% no próximo ano, no cenário de um acordo de última hora", alerta Lemerle.
Carlos Tavares, de PSA (Peugeot, Citroën, DS, Opel/Vauxhall), alertou para as consequências aos empregos de não haver acordo. "Minha responsabilidade será proteger minha empresa e tomarei as decisões necessárias para isso, da forma mais humanista possível".
"Está claro para nossa indústria que devemos fazer tudo para manter uma livre-circulação de bens e serviço, todo mundo tem necessidade de que se mantenham boas relações" entre Reino Unido e UE, disse nesta terça Dieter Zetsche, presidente da Daimler (Mercedes, Smart).
Quando listou os riscos para o mercado automobilístico global, a primeira coisa que Harald Krüger, presidente da BMW, mencionou foi a possibilidade de uma saída do Reino Unido da UE sem um acordo, a seis meses de se concretizar.
O Brexit "já deixa seus rastros", explicou durante uma mesa redonda com jornalistas. No Reino Unido, "o mercado está encolhendo, estamos vendendo menos carros".
No entanto, o Reino Unido é o maior mercado de exportação para o grupo, assim como é para toda a poderosa indústria automobilística alemã, um argumento frequentemente usado pelos partidários britânicos do Brexit para impor negociações com a UE.
"Estamos nos preparando para enfrentar uma situação difícil", se não houver acordo político entre agora e abril de 2019, advertiu Krüger.
A fabricante, que emprega cerca de 8.000 pessoas, já adiantou até o fim de março o recesso de verão (boreal) de sua fábrica do modelo Mini no Reino Unido, para que coincida com a saída da UE, e evite perturbações se não houver um acordo.
"Todas as empresas se preparam para o pior, embora esperem o melhor. O pior seria um Brexit duro, mas, no fim das contas, esperamos que a razão prevaleça", afirmou nesta terça Carlos Ghosn, presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, grupo também estabelecido no Reino Unido.
- Queda dos preços -"A visibilidade é o mais importante para os fabricantes", acrescentou. "A falta de visibilidade equivale a parar seus investimentos, e hoje vivemos uma situação de congelamento".
Os investimentos no setor automotivo no Reino Unido recuaram 50% no primeiro semestre do ano.
Ghosn enviou uma espécie de alerta para os defensores de um Brexit duro: "Não acho que qualquer fabricante não esteja preparado para o pior. Nós não gostamos disso, mas estamos preparados".
Entre os riscos políticos internacionais para o setor automotivo, "o primeiro é o Brexit", disse à AFP Maxime Lemerle, especialista na indústria de Euler Hermes.
"O Reino Unido é um mercado importante e um importante centro de produção e, nesse mercado, com 80% dos veículos importados, dois terços são da UE", explica. Por outro lado, "80% da produção do Reino Unido é exportada", principalmente para a Europa.
Alterar a distribuição das cadeias de fornecimento e das fábricas significaria um enorme custo para as fabricantes internacionais, bem com a perda de volumes de venda no caso de serem impostas tarifas alfandegárias.
No Reino Unido, "espera-se uma queda das vendas de 6% em 2018, e de 3% no próximo ano, no cenário de um acordo de última hora", alerta Lemerle.
Carlos Tavares, de PSA (Peugeot, Citroën, DS, Opel/Vauxhall), alertou para as consequências aos empregos de não haver acordo. "Minha responsabilidade será proteger minha empresa e tomarei as decisões necessárias para isso, da forma mais humanista possível".
"Está claro para nossa indústria que devemos fazer tudo para manter uma livre-circulação de bens e serviço, todo mundo tem necessidade de que se mantenham boas relações" entre Reino Unido e UE, disse nesta terça Dieter Zetsche, presidente da Daimler (Mercedes, Smart).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.