Carlos Ghosn volta a ser preso em Tóquio por novas suspeitas
Tóquio, 4 Abr 2019 (AFP) - Membros da Procuradoria de Tóquio voltaram a prender nesta quinta-feira (noite de quarta no Brasil) Carlos Ghosn em sua casa na capital japonesa, por novas suspeitas de sonegação financeira, anunciaram vários veículos de comunicação japoneses.
Esta quarta prisão, "extremamente rara", segundo a emissora de TV pública NHK, ocorre apenas um mês depois de o ex-presidente do grupo Renault-Nissan ter sido libertado sob fiança após mais de 100 dias na prisão e um dia depois de ter anunciado no Twitter uma coletiva de imprensa para 11 de abril.
Em um comunicado divulgado por seus advogados após ser detido, Ghosn disse que a nova prisão é "ultrajante e arbitrária".
"Por que me prender se não estou obstruindo nada no processo em curso? Sou inocente de todas as acusações infundadas feitas contra mim. Não vou me curvar", disse o executivo, acusando as autoridades da Nissan de tentar silenciá-lo.
Junichiro Hironaka, advogado de Ghosn, também denunciou a operação. "Não entendemos por que fizeram isto (...). É extremamente injusto".
A rede NHK, o site do jornal Nikkei e outras emissoras de TV deram a informação da prisão quase em tempo real.
Uma cortina cinza foi instalada em frente à entrada do imóvel onde mora Ghosn, segundo imagens da NHK.
Os investigadores chegaram ao local pouco antes das 6H00 locais (18h de quarta-feira, hora de Brasília) e uma hora depois um carro deixou o local, segundo uma transmissão ao vivo feita pela emissora Nippon TV.
Segundo o jornalista deste canal privado, Ghosn estava dentro do veículo.
Pouco depois, um jornalista da AFP no local viu três homens vestindo ternos escuros montando guarda em frente à saída do prédio, e um policial patrulhando.
No entanto, as autoridades não deram qualquer informação.
Ghosn foi posto em liberdade sob fiança em 6 de março, acusado de três acusações por ter dado declarações inexatas de rendimentos entre os anos 2010 e 2018 em documentos que a Nissan entregou a autoridades financeira e por quebra de confiança.
Agora, é suspeito de ter usado a reserva do presidente executivo da Nissan para realizar transferências de dinheiro a um distribuidor de veículos da Nissan em Omã. Segundo uma fonte próxima ao caso, parte deste dinheiro teria sido usado para comprar um barco de luxo para Ghosn e sua família.
A novela envolvendo Ghosn começou em 19 de novembro, com a prisão do então poderoso presidente da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi Motors.
Ghosn, 65 anos, anunciou nesta quarta-feira no Twitter que pretendia conceder uma entrevista coletiva no dia 11 de abril.
"Estou preparado para dizer a verdade sobre o que está ocorrendo. Coletiva na quinta-feira, 11 de abril", informava a breve mensagem na conta do executivo.
O empresário, acusado de apresentar declarações de renda falsas às autoridades da Bolsa de Valores e de abuso de confiança em detrimento da Nissan, onde teve início a investigação, se declara inocente e afirma que foi vítima de um "complô" da montadora japonesa para provocar o fracasso de seu projeto de aproximação com a Renault.
NISSAN MOTOR
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