A solidariedade com Maduro "não é negociável", afirma Cuba após novas sanções dos EUA
Havana, 6 Jun 2019 (AFP) - O governo de Cuba criticou nesta quinta-feira as novas restrições impostas pelos Estados Unidos sobre as viagens à ilha e afirmou que sua aliança com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticada por Washington, "não é negociável".
"A solidariedade de Cuba com o Presidente Constitucional Nicolás Maduro Moros, com a Revolução bolivariana e chavista e com a união cívico-militar de seu povo, não é negociável", afirma o governo cubano em uma declaração publicada na imprensa local.
Washington anunciou na terça-feira e passou a aplicar um dia depois a proibição às viagens dos chamados grupos culturais e cruzeiros a Cuba, as formas mais usadas pelos americanos para visitar a ilha caribenha.
As restrições, que segundo a Casa Branca servem para punir Cuba por seu apoio a Maduro, representam um forte golpe à economia da ilha, fortemente baseada no turismo.
"Os recentes ataques contra Cuba usam como argumentos novos pretextos. O mais notório entre eles é a caluniosa acusação de que Cuba intervém militarmente na Venezuela, mentira que foi rebatida pública e consistentemente pelo governo cubano", afirma Havana.
"A pretensão continua sendo arrancar concessões políticas da nação cubana, por meio da asfixia da economia e dos danos ao nível da população", completa o texto, publicado poucas horas depois que o último cruzeiro americano deixou Havana.
A Venezuela é a principal aliada política de Cuba há quase duas décadas. Também é o principal fornecedor de petróleo.
Washington alega que Havana apoia militarmente Maduro no governo e exige a retirada dos militares cubanos, que a ilha afirma que não existem.
Cuba mantém 20.000 colaboradores civis na Venezuela, fundamentalmente médicos, segundo Havana.
"Os colaboradores permanecerão lá enquanto o povo venezuelano os receber, cooperando com esta nação irmã", afirma a nota.
As medidas anunciadas por Washington se unem a outras adotadas pelo governo de Donald Trump, que desde sua chegada à Casa Branca busca apagar a aproximação com a ilha definida por seu antecessor, Barack Obama.
"Cuba não se deixará amedrontar, nem distrair das tarefas essenciais e urgentes de desenvolvimento de nossa economia e da construção do socialismo. Estreitamente unidos, seremos capazes de enfrentar as adversidades mais desafiadoras. Não poderão nos asfixiar, nem poderão nos deter", completa o texto.
cb/lda/fp
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