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Rússia quer atrair investimentos estrangeiros, apesar de prisões recentes

06/06/2019 15h14

São Petersburgo, 6 Jun 2019 (AFP) - O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu nesta quinta-feira (6) que a Rússia conta com investidores estrangeiros, embora as recentes prisões de empresários lancem sombra a um fórum econômico que ocorre em São Petersburgo.

Conhecido como o "Davos russo" em tempos de bonança econômica, o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo foi afetado nos últimos anos pelas sanções ocidentais, às quais se soma o caso de Baring Vostok, importante fundo de investimentos cujos dirigentes estão na mira da justiça.

Vladimir Putin se envolveu diretamente no fórum, com um programa cheio de reuniões com dirigentes estrangeiros e representantes empresariais para demonstrar que a Rússia não está isolada e continua aberta aos investidores internacionais, apesar do difícil contexto.

Como reflexo de uma das prioridades de Moscou, o convidado de honra do fórum é o presidente chinês, Xi Jinping, quem se expressará em público nesta sexta-feira com Putin e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Para diversificar a economia e torná-la mais inovadora, "está claro que antes de nada contamos com atrair investimentos, nacionais e estrangeiros", admitiu Putin em uma reunião com responsáveis de agências de imprensa, entre eles, a AFP.

O líder russo foi conciliatório com alguns assuntos internacionais, especialmente com os europeus, assegurando que não era "um problema" não ter sido convidado para as cerimônias do 75º aniversário do desembarque de 6 de junho de 1944 na Normandia, ou pedindo "para virar a página" nas relações ásperas com o Reino Unido.

Em vez disso, ele permaneceu firme em suas críticas aos Estados Unidos, que não compareceu ao fórum, advertindo que a Rússia está "preparada" para permitir que o importante tratado de controle de armas atômicas START expire em 2021.

A Rússia precisa de capital privado para atingir as metas anunciadas por Putin no início de seu quarto mandato, com ambiciosos "projetos nacionais" que precisam ser financiados, apesar de um ambiente de negócios tenso.

O custo desses projetos - divididos em 12 categorias, incluindo saúde e infraestrutura - é de cerca de 400 bilhões de dólares até 2024, dos quais 115 bilhões devem vir de investimentos privados, russos ou estrangeiros.