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Trump critica a China e lança ultimato a Xi Jinping

10/06/2019 13h34

Washington, 10 Jun 2019 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou violentamente nesta segunda-feira (10) as práticas comerciais da China e lançou um ultimato a seu colega Xi Jinping, reforçando ainda mais a incerteza sobre o desenlace da disputa comercial entre os dois países.

Depois de acusar mais uma vez Pequim de manipular sua moeda, o magnata republicano ameaçou impor novas tarifas se um encontro marcado à margem do G20 com Xi, no final de junho, for cancelado.

Ao mesmo tempo, como de costume nas negociações comerciais, o imprevisível líder norte-americano destacou suas excelentes relações com seu colega chinês, "um cara incrível", "muito forte e muito inteligente".

"Eu acho que ele irá e acho que temos uma reunião marcada. Acredito que ele irá. Se isso acontecer será muito bom e se não acontecer também será bom", disse ele à CNBC, evocando a cúpula que reunirá as principais potências mundiais nos dias 28 e 29 de junho no Japão, onde a reunião bilateral poderá ocorrer.

Nos últimos meses, Trump impôs por etapas tarifas de 25% sobre 250 bilhões de dólares em importações chinesas e ameaça ampliar os impostos alfandegários sobre mais 300 bilhões de dólares em mercadorias.

Trump tenta fazer com que a China mude sua política comercial, além de querer obter de Pequim uma série de compromissos sobre o respeito à propriedade intelectual, o fim das transferências forçadas de tecnologia e o abandono dos subsídios às empresas estatais.

O presidente americano argumenta em seu favor que sua política tem tido impacto sobre a economia chinesa, o que levará Pequim a buscar um acordo.

"A China foi verdadeiramente dizimada. Muitas empresas estão deixando o país porque não querem pagar as tarifas", disse ele. "Eu acho que a China vai assinar um acordo porque eles são obrigados a fazê-lo".

Depois de garantir que a China "perdeu vários bilhões de dólares", Trump apontou que, graças à sua política, o gigante asiático nunca alcançará os Estados Unidos, algo que teria sido totalmente diferente no caso da democrata Hillary Clinton ter vencido as eleições de 2016.

O magnata republicano também voltou a acusar Pequim de manipular sua moeda para anular o efeito das novas tarifas.

Ele também aproveitou a oportunidade para criticar novamente o banco central de seu país (o Fed) por ter aumentado as taxas de juros muito rapidamente, quando Xi dita sua vontade ao banco central chinês.

"Não se esqueçam que na China o patrão do banco central é o presidente Xi, o presidente chinês", que "como chefe do banco central pode fazer o que quiser", declarou.

De acordo com um relatório recente do Tesouro americano, a China não manipulou sua moeda nos últimos seis meses.

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