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Sindicatos na expectativa de uma 'grande greve' nesta sexta

14/06/2019 02h02

Brasília, 14 Jun 2019 (AFP) - Os sindicatos mantiveram a convocação de uma greve geral com protestos em todo o país para esta sexta-feira contra a reforma da previdência, apesar do projeto apresentado na quinta no Congresso não conter algumas de suas partes mais polêmicas.

Essas mudanças "não mudam nada", disse à AFP através de sua assessoria de imprensa o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

"A CUT não concorda com a narrativa de que as aposentadorias sejam o principal problema econômico do Brasil. O problema do Brasil é que não há um projeto de política econômica".

"A expectativa é de uma grande greve", concluiu.

As principais centrais sindicais - CUT, UGT e Força Sindical -, assim como grêmios estudantis e professores preveem paralisações e passeatas em mais de cem cidades de pelo menos 24 dos 27 estados.

Praticamente todos os grandes setores industriais aderiram ao movimento, apesar de existir uma expectativa em relação ao grau de adesão dos transportes após a justiça determinar a obrigatoriedade do serviço em São Paulo.

Esta greve acontece após duas grandes manifestações de estudantes e professores, em 15 e 30 de maio, contra os cortes de verbas na educação.

O movimento acontece no dia do início da Copa América, cuja abertura será com a partida entre Brasil e Bolívia, no estádio do Morumbi.

- Promessa de campanha -A reforma da previdência é uma promessa de campanha com a qual Bolsonaro ganhou o apoio do setor empresarial durante a corrida à presidência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, a define como a chave mestra para reduzir o déficit público.

O projeto inicial contemplava uma economia de cerca de 1,2 bilhão de reais em 10 anos.

Mas as medidas para atingir essa meta são impopulares e geram resistência entre os legisladores, e a sua aprovação depende de maioria de três quintos no Congresso.

Para reduzir a resistência, o relator do projeto retirou alguns de seus pontos mais polêmicos, como o que previa transformar o regime atual, de divisão, em aposentadoria por capitalização individual.

Também ficou fora do projeto medidas que afetavam as pensões e os benefícios dos trabalhadores rurais.

Com esses ajustes, a economia passaria para cerca de 900 milhões de reais.

Para a oposição, essas modificações foram resultado da pressão social.

"Conseguimos proteger os beneficiários do BPC, proteger os trabalhadores rurais. É uma grande vitória da oposição contra a capitalização das aposentadorias", declarou o deputado federal Alessandro Molon, do PSB-RJ.

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