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Bilionário chinês é acusado nos EUA de evadir US$ 1,8 bi em tarifas

31/07/2019 17h57

Los Angeles, 31 Jul 2019 (AFP) - O bilionário chinês fundador da empresa siderúrgica Zhongwang foi acusado nos Estados Unidos por seu suposto papel em um elaborado plano para evitar o pagamento de US$ 1,8 bilhão em tarifas sobre o alumínio exportado para os Estados Unidos.

Liu Zhongtian, ex-presidente da China Zhongwang Holdings, é acusado de exportar grandes quantidades de alumínio disfarçadas de pallets, um produto final muito menos tributado, para evitar o pagamento de tarifas alfandegárias de até 400%.

A empresa, bem como com vários indivíduos e empresas fantasmas, também são mencionados na acusação, apresentada no tribunal federal de Los Angeles.

"Essa acusação descreve as práticas inescrupulosas e anticompetitivas de um empresário corrupto que defraudou os Estados Unidos em US$ 1,8 bilhão em tarifas", disse o promotor Nick Hanna. "Além disso, falsas vendas de centenas de milhões de dólares inflaram artificialmente o valor de uma empresa de capital aberto, colocando em risco os investidores em todo o mundo".

As autoridades dizem que, pelo esquema, que começou em 2008 e ainda está em vigor, a Zhongwang venderia os supostos pallets de alumínio para empresas americanas controladas por Liu.

"Na realidade, não havia clientes para os 2,2 milhões de pallets importados pelas empresas controladas por Liu entre 2011 e 2014, e os pallets nunca foram vendidos", disseram as autoridades.

As vendas falsas, que passaram pelos portos de Los Angeles e Long Beach, tiveram a intenção de inflar o valor do gigante chinês, de acordo com o processo.

A demanda por pallets era tal que "os réus Liu e China Zhongwang ordenaram que as instalações de fusão de alumínio fossem construídas e adquiridas para usá-las para reconfigurar o alumínio importado como pallets para que ele tivesse valor comercial".

Nem Liu, nem a empresa foram encontrados para comentar imediatamente.

Liu e os demais foram acusados de conspiração, fraude digital e transporte de documentos falsos e fraudulentos pela aduana. Eles também enfrentam acusações de lavagem de dinheiro.

Acredita-se que Liu, de 55 anos, está na China, segundo a imprensa americana.

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