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EUA adia tarifas sobre produtos chineses, e mercados comemoram

13/08/2019 17h01

Washington, 13 Ago 2019 (AFP) - Varejistas americanos e mercados financeiros globais receberam um presente nesta terça-feira (13), quando o governo Trump anunciou o adiamento de impostos sobre produtos eletrônicos importados da China.

Isso, somado ao fato de que as principais autoridades comerciais dos Estados Unidos e da China falavam ao telefone, sugere uma possível trégua na guerra comercial entre as duas potências, intensificada nas últimas semanas.

Trump disse que a conversa foi "muito produtiva" e que ele concordou em adiar a imposição de tarifas a alguns produtos para proteger os consumidores antes da temporada de festas, negando um impacto no bolso dos americanos.

Essa notícia impulsionou os mercados de ações globais, aliviados de que poderia haver um acordo que evitaria um temido abalo na economia mundial, que já vem mostrando sinais de tensão.

A última rodada de tarifas sobre 300 bilhões de dólares produtos chineses, que entrará em vigor em 1º de setembro, significa que todas as importações chinesas para os Estados Unidos estarão sujeitas a tarifas adicionais.

Quando Trump anunciou essa decisão em 1º de agosto, varejistas americanos se desesperaram.

Mas o gabinete do o representante comercial Robert Lighthizer anunciou que vai adiar até 15 de dezembro a imposição de novas tarifas sobre telefones celulares, notebooks, monitores de computador, consoles de videogame e alguns brinquedos, calçados e roupas.

"Estamos fazendo isso para essa temporada de Natal, caso algumas de nossas tarifas tenham impacto nos consumidores americanos, mas até agora não tiveram nenhum", disse Trump à imprensa em Nova Jersey.

Uma rara variedade de produtos se beneficiará do adiamento, incluindo móveis para bebês, fraldas e roupas masculinas, bem como peixes congelados, charutos, beterrabas, pesticidas, roupas de cama e material escolar.

Além disso, o USTR disse que eliminou "em função da saúde, da segurança, da segurança nacional e de outros fatores" certos produtos incluídos na lista inicial de bens que poderiam estar sujeitos à taxa suplementar de 10%. Os produtos isentos incluem assentos de automóveis, contêineres e guindastes para portos, assim como Bíblias e outras literaturas religiosas.

"Certamente estamos aliviados que muitos dos itens não sejam afetados nesta temporada de férias", disse Rebecca Mond, da The Toy Association.

"Gostaríamos de ver a ameaça de tarifas completamente eliminadas de nossas cabeças", mas a indústria de brinquedos foi "em grande parte poupada" por este adiamento, disse ela à AFP.

No âmbito dos contatos entre Washington e Pequim, o representante comercial americano conversou com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, nesta terça-feira e tem outra ligação planejada para daqui a duas semanas, disse um funcionário de seu gabinete à AFP. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, também participou da ligação.

Trump acusou Pequim de continuar violando seu compromisso de comprar produtos agrícolas dos EUA. "Como sempre, a China disse que iria comprar produtos 'em larga escala' de nossos agricultores americanos. Por enquanto eles não fizeram o que disseram que iam fazer"

"Até agora eles me decepcionaram", disse ele à imprensa mais tarde. "Eles não foram sinceros ou dizem que certamente atrasaram a decisão", acrescentou Trump, admitindo que Pequim pode estar esperando ele deixar o cargo para tentar chegar a um acordo.