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"Retrô" vira moda entre os fãs dos jogos eletrônicos

23/08/2019 10h03

Colônia, Alemanha, 23 Ago 2019 (AFP) - Os fãs de jogos eletrônicos não procuram apenas as novidades apresentadas no salão Gamescom de Colonia, Alemanha: também estão de olho nos antigos aparelhos recuperados dos sótãos.

O espaço "retrogaming" ocupa um espaço inédito no grande evento europeu dos jogos eletrônicos, onde o público vibra diante de consoles de outras épocas.

"Lembra a minha infância", afirma Jackye Müller, uma estudante de 21 anos, ao jogar Donkey Kong no Super Nintendo.

A alguns metros, um pai apresenta à filha ao "Pong", um dos primeiros jogos eletrônicos, criado em 1972, uma espécie de tênis em que cada jogador desloca uma raqueta virtual para manter a bola na área da partida.

"O retrô está em todas as partes: nos filmes, na música, nos carros, nas roupas. Por quê não nos jogos?" pergunta Christian Gleinser, desenvolvedor de jogos eletrônicos que funcionam com gráficos dos anos 1980.

"As pessoas querem se divertir com os amigos e gostam da facilidade na utilização, o pouco tempo para carregar e os pixels antigos", completa.

Caminhando pelo evento é possível escutar as trilhas sonoras de jogos como Sonic, Mario Kart ou Pokemon.

Além dos colecionadores, alguns se acostumaram a voltar a jogar os games clássicos novamente, apesar de terem sido produzidos para um determinado console, graças a pequenos programas chamados "emuladores", nem sempre legais, mas que permitem adaptar o jogo ao suporte.

O fenômeno é marcado sobretudo pelo envelhecimento da idade média dos jogadores: aqueles que se apaixonaram por estes jogos e personagens nos anos 80 e 90 podem agora compartilhar suas recordações, em suportes modernos, com os filhos e as novas gerações.

"Constatamos o retorno do VHS e do vinil. O 'retrogaming' entra nesta tendência", explica Fanny Renard, animadora do estúdio independente Goblinz.

A tendência estimula os fabricantes de consoles a reeditar seus modelos, assim como os catálogos com grandes sucessos dos últimos 30 ou 40 anos.

O grupo japonês Sega aderiu à tendência e vai lançar o Megadrive Mini (42 jogos).

Dois famosos consoles da Nintendo, NES e Super NES, já foram reeditados, assim como o PlayStation (Sony) original.

"O fato de cada fabricante reeditar seus consoles demonstra que existe um verdadeiro mercado. O preço de custo é muito baixo, tudo já foi amortizado há muito tempo, o que significa que isto gera margens adicionais para estes grupos", destaca Laurent Michaud, diretor de estudos da Idate.

Mas é difícil saber se a moda é passageira ou não. "A realidade aumentada é um mercado de futuro para os jogos eletrônicos, mas o 'retrogaming' será algo diferente", afirma Michaud.

"Tem potencial para virar um mercado real, mas nem muito importante em valor nem a longo prazo", opina Andrew Kitson, da Fitch Solutions.

dac-els/ylf/bdx/me/mis

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