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Número dois do Banco Mundial, Georgieva é única candidata para chefiar FMI

09/09/2019 17h56

Washington, 9 Set 2019 (AFP) - A número dois do Banco Mundial, a búlgara Kristalina Georgieva, é a única candidata para ser a nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), um cargo em que deverá enfrentar a desaceleração mundial, a guerra comercial e a incerteza da crise na Argentina.

Na semana passada o FMI anunciou uma reforma de seu estatuto para suprimir o limite de idade para ser nomeado diretor-gerente, afastando o último obstáculo que Georgieva - a candidata da União Europeia - tinha pela frente.

"Uma aspirante, a sra. Kristalina Georgieva, atual diretora-executiva do Banco Mundial e cidadã búlgara confirmou sua vontade de ser considerada como candidata", indicou o FMI em um comunicado.

Se Georgieva for nomeada, ela será a segunda mulher a ser nomeada diretora-gerente, depois de Christine Lagarde, que deixará o cargo na quinta-feira para presidir o Banco Central Europeu (BCE).

"O objetivo do diretório é completar o processo de seleção o quanto antes e como última data em 4 de outubro de 2019", indicou o FMI.

Georgieva foi designada a candidata da União Europeia no começo de agosto em uma votação muito acirrada que explicitou as divisões internas do grupo entre França, que a apoiou, e a Alemanha, que preferia o ex-ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem .

Agora o diretório vai organizar entrevistas com Georgieva, informou o FMI.

- Uma revisão no limite de idade - Segundo uma regra não escrita, os europeus sempre ocuparam uma cadeira na direção do FMI e os Estados Unidos se reservaram a presidência do Banco Mundial.

Embora essa tradição, que data dos acordos de Bretton Woods há 75 anos, seja questionada, já que não reflete o crescente peso dos países emergentes, nenhum candidato de outras latitudes quis se candidatar ao posto desta vez.

O processo de nomeação foi encerrado na sexta-feira, um dia depois de o FMI reformar seus estatutos para permitir a candidatura de Georgieva, que completou 66 anos em 13 de agosto, o que a desqualificava por alguns dias para ocupar o cargo.

Se confirmada, Georgieva enfrentará um panorama desafiador na economia global, imersa em tensões comerciais que ameaçam o crescimento.

Além disso, deverá administrar o maior empréstimo da história do FMI, que foi outorgado no ano passado à Argentina por mais de 57 bilhões de dólares e sem que o país consiga sair da recessão gerou uma onda de críticas.

A economista ocupou o cargo de comissária europeia encarregada de Ajuda Humanitária entre 2010 e 2014.

Georgieva também foi durante um ano, entre 2015 e 2016, vice-presidente da Comissão Europeia, encarregando-se do orçamento e de recursos humanos.

No Banco Mundial, onde Georgieva trilhou a maior parte de sua carreira antes de se tornar na diretora-geral, em 2017, ganhou experiência no setor do meio ambiente ao intensificar as ações nos âmbitos do desenvolvimento sustentável e da agricultura, especialmente.