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Quem é Esther Duflo, a segunda mulher a ganhar o Nobel de Economia

08.jan.2009 - Esther Duflo, uma das vencedoras do Prêmio Nobel de Economia de 2019 - Patrick Kovarik/AFP
08.jan.2009 - Esther Duflo, uma das vencedoras do Prêmio Nobel de Economia de 2019 Imagem: Patrick Kovarik/AFP

Em Paris

14/10/2019 10h08

A franco-americana Esther Duflo, a segunda mulher na história a ganhar o Prêmio Nobel de Economia, firmou-se nos últimos anos como uma das economistas mais brilhantes de sua geração.

Esther Duflo é a segunda mulher na história a ganhar o Nobel de Economia, depois da americana Ellinor Ostrom em 2009, e também a mais jovem, com 46 anos.

Ela compartilhou o prêmio com dois homens, o americano nascido na Índia, Abhijit Banerjee, que é seu marido, e o americano Michael Kremer.

Seus trabalhos, realizados essencialmente na Índia, concentram-se na redução da pobreza.

Em sua carreira, ganhou muitos prêmios, incluindo a medalha John Bates Clark em 2010, que recompensa os trabalhos de economistas nos Estados Unidos com menos de 40 anos.

Em 2013, a Casa Branca a escolheu para assessorar o presidente Barack Obama em temas de desenvolvimento e foi parte do novo Comitê para o Desenvolvimento Mundial.

Acaso e trabalho de campo

"É uma intelectual francesa de centro-esquerda que acredita na redistribuição e na noção otimista de que amanhã poderá ser melhor que hoje", escreveu a New Yorker sobre ela em 2010, em uma edição dedicada a inovadores da atualidade.

Nascida em Paris em 1972, cresceu em uma família protestante, com uma mãe pediatra, muito envolvida em obras humanitárias, e um pai professor de matemática.

Graduada na Ecole Normale Supérieure e na Ecole des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS) na França, também tem um doutorado do Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos, onde é professora.

No laboratório de Pesquisa Abdul Latif Jameel sobre a pobreza, que co-fundou em 2003, faz trabalhos de campo, em colaboração com organizações não governamentais (ONGs).

Por exemplo, "se é estabelecido um novo programa de tutoria nas escolas, são escolhidas 200 escolas ao acaso, 100 das quais o programa será estabelecido e as outras 100 não", explicou à AFP em 2010, quando recebeu a medalha John Bates Clark.

O avanço dos estudantes é comparado e avaliado em ambos os casos, e os resultados dessa pesquisa são encaminhados às autoridades públicas e a organizações beneficentes como a Fundação Bill e Melinda Gates para que sejam "ampliados", apontou.

'Caricaturas e clichês'

Seu livro "Repenser la pauvreté" (Repensar a pobreza), escrito em colaboração com Abhijit Banerjee, recebeu o prêmio Financial Times/Goldman Sachs ao Livro Econômico do Ano de 2011.

"Nossa visão da pobreza está dominada por caricaturas e clichês", disse em uma entrevista com a AFP em 2017.

"Se quisermos entender os problemas associados à pobreza, devemos ir além dessas caricaturas e entender por que o fato de ser pobre muda algumas coisas no comportamento e outras não."

Para ela, esse esforço para mudar a percepção da pobreza também precisa ser aplicado à economia e aos economistas.

"Os economistas têm uma reputação muito ruim e parte dessa má reputação se justifica provavelmente pela forma como a disciplina funciona", explicou no começo de 2019 em uma entrevista ao France Inter.

"Quando você é economista as pessoas acham que você está interessado nas finanças ou que você trabalha para os ricos, mas isso não é necessariamente o caso."

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