Copom reduz taxa Selic a novo mínimo histórico de 4,5%
Brasília, 11 dez 2019 (AFP) - O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, reduziu nesta quarta-feira (11) pela quarta vez consecutiva a Selic, taxa básica de juros, de 5% a um novo mínimo histórico de 4,5%, e informou que seus próximos passos serão determinados pela cautela.
A decisão, adotada por unanimidade pelos nove membros do Copom, coincide com as projeções de grande parte dos analistas.
O Comitê avalia que "o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração, em relação ao observado até o primeiro trimestre de 2019. O cenário do Copom supõe que essa recuperação seguirá em ritmo gradual".
O Copom entende que "diversas medidas de inflação subjacente encontram-se em níveis confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária; mas permanecem fatores de risco em ambas as direções".
"Por um lado, o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, o atual grau de estímulo monetário, que atua com defasagens sobre a economia, em um contexto de transformações na intermediação financeira, aumenta a incerteza sobre os canais de transmissão e pode elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária".
Há ainda "o risco de deterioração do cenário externo para economias emergentes ou eventual frustração em relação à continuidade das reformas e à perseverança nos ajustes necessários na economia brasileira".
"O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária" e "enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação".
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, destacou que a Selic a 4,5% "representa a maior mudança estrutural na economia desde o controle da inflação".
"Com essa nova redução, pela primeira vez após décadas de juros altíssimos, iniciaremos 2020 com um cenário de taxas baixas e previsão de que permaneçam assim por um longo período. São excelentes notícias, pois finalmente teremos um ambiente de negócios favorável ao avanço dos investimentos, da geração de empregos e da renda, o que possibilitará uma maior velocidade da recuperação econômica no ano".
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