Mundo empresarial está alarmado com riscos da crise climática
Londres, 15 Jan 2020 (AFP) - Os grandes executivos insistiram, nesta quarta-feira, em sua primeira reunião de 2020, que não vão esperar negociações governamentais para combater as mudanlas climáticas, após a decisão do titã Wall Street Black Rock de se unir à campanha de pressão climática de investidores.
Às vésperas de sua reunião anual em Davos, o Fórum Econômico Mundial publicou uma pesquisa apresentada como um "alerta" diante dos riscos climáticos, no contexto dos violentos incêndios no sudeste da Austrália, e o resultado inexpressivo da última conferência do clima das Nações Unidas, a COP 25, celebrada em Madri em dezembro.
"O cenário político é polarizado, o nível do mar sobe, e os incêndios relacionados ao clima são devastadores", disse o presidente do fórum, Borge Brende.
"É o ano em que os líderes mundiais devem trabalhar com todos os atores da sociedade para reparar e recuperar nossos sistemas de cooperação, e não apenas no curto prazo, mas para lidar com riscos profundamente arraigados", enfatiza.
De acordo com o estudo do fórum, as cinco primeiras preocupações dos gerentes de negócios nos próximos dez anos estão todas ligadas ao meio ambiente, em particular a eventos climáticos extremos e à incapacidade dos governos e do mundo econômico de impedirem as mudanças climáticas.
Somente em 2020, a preocupação decorre, principalmente, do confronto entre poder econômico e polarização de forças políticas.
Em setembro e outubro passados, os organizadores de Davos entrevistaram cerca de 750 líderes empresariais e especialistas que se reunirão nos Alpes suíços entre 21 e 24 de janeiro para a grande conferência anual do mundo econômico e político.
A BlackRock, maior empresa de gerenciamento de ativos do mundo, com quase US$ 7 trilhões investidos, anunciou que estava se desfazendo de suas ações em empresas cujas receitas dependem de 25% da produção de eletricidade a partir do carvão.
Em sua carta anual aos líderes empresariais dos EUA, o CEO da BlackRock, Larry Fink, reconheceu que os mercados demoraram a incorporar o risco de mudanças climáticas nos modelos de negócios.
"Mas a conscientização está mudando rapidamente, e acho que estamos à beira de uma reconfiguração fundamental das finanças", escreveu ele.
A pressão continua forte, porém, para que as empresas e os consumidores demonstrem vontade de agir, afirmou o presidente da consultoria Marsh e McLennan Insights, John Drzik.
"Os avanços científicos significam que os riscos climáticos podem ser definidos com mais precisão e incorporados ao gerenciamento de riscos e aos projetos da empresa", explica ele.
Sem mencionar que, segundo Drzik, eventos extremos, como os incêndios na Austrália e na Califórnia, forçam as empresas a levarem o risco climático em consideração, como já fazem com o aumento das tensões geopolíticas, ou com a ameaça de ciberataques.
jit-jbo/ved/af/zm/cn/tt
MARSH & MCLENNAN COMPANIES INC.
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