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EUA tem perda histórica de empregos em razão do coronavírus

08/05/2020 20h28

Washington, 8 Mai 2020 (AFP) - O fechamento de fábricas, lojas e restaurantes em abril nos Estados Unidos provocou a maior perda de empregos da história do país, com 20,5 milhões de vagas destruídas em um mês, um número devastador que mostra a profundidade da crise provocada pelo coronavírus na maior economia mundial.

O índice de desemprego nos Estados Unidos subiu de 4,4% em março para 14,7% em abril, dados que em um ano eleitoral complicam as chances de o presidente americano, Donald Trump, se reeleger nas eleições de novembro.

Os dados publicados nesta sexta-feira (8) pelo Departamento do Trabalho mostram o maior nível de desemprego registrado nos Estados Unidos desde a Grande Depressão, há quase um século.

"O emprego sofreu redução em praticamente todos os principais setores industriais, com uma queda mais marcada nos setores de lazer e hotelaria", informou o Departamento do Trabalho.

Os dados de abril mostram o impacto no emprego em um mês em que grande parte do país esteve confinado para tentar conter a propagação de um vírus para o qual ainda não há vacina ou tratamento e que fez mais de 75.000 mortos nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia.

Os números do Departamento do Trabalho confirmaram o desastre ilustrado pelos relatórios semanais de pedidos por seguro-desemprego, que mostram que 33,5 milhões de pessoas perderam o emprego no país desde meados de março.

O presidente tentou minimizar o impacto das más notícias e disse que esses dados "não são surpreendentes".

Os dados "eram completamente esperados. Eles não são surpreendentes. Todo mundo sabia disso", declarou Trump à conservadora rede Fox News.

"Até os democratas não me culpam por isso", disse o presidente, cuja administração começou o ano com um desemprego em níveis mínimos históricos de 3,5%.

Assim, o número de pessoas sem emprego passou de 15,9 milhões para 23,1 milhões. A quantidade de pessoas com emprego de meio período devido à situação econômica dobrou, a 10,9 milhões.

A destruição de empregos a uma taxa recorde se soma a uma lista de indicadores que compõem o cenário recessivo: dados fracos do consumo das famílias, poucos investimentos e comércio e, mais importante, o PIB no primeiro trimestre nos Estados Unidos registrou contração de 4,8% na projeção anual.

Para comparação, nos dois anos da crise financeira global iniciada em 2008, a economia dos Estados Unidos perdeu 8,6 milhões de empregos.

Durante o período de recuperação, entre fevereiro de 2010 e fevereiro de 2020, foram criados cerca de 23 milhões de empregos.

- Perda de emprego mais "traumática" -"A economia americana sofreu a perda de emprego mais traumática de sua história em abril, com uma queda nas folhas de pagamento de 20,5 milhões de pessoas, mais da metade do que foi perdido em dois anos durante a crise financeira (da última década)", apontou a consultoria Oxford Economics.

Após a forte contração do PIB no primeiro trimestre, Trump e sua equipe econômica estão confiantes de que, uma vez controlado o vírus, as empresas poderão reabrir e recuperar os empregos perdidos.

"Este país não pode permanecer fechado e bloqueado por anos", disse Trump na quinta-feira.

Mas os números de solicitações semanais de seguro-desemprego mostram que as vagas continuam desaparecendo e que a taxa de desemprego pode aumentar ainda mais.

Apesar de o Congresso ter aprovado um pacote de ajuda e estímulo para coibir a destruição de empregos no valor de quase US$ 3 trilhões e de o Federal Reserve (Fed, banco central) ter anunciado a injeção de liquidez, há receios crescentes de que as empresas forçadas a fechar pelo coronavírus não serão capazes de reabrir as portas.

Nesta sexta, Trump disse que não tem pressa na aprovação de um novo plano de estímulo, no qual os democratas trabalham para dar recursos aos governos estaduais e locais e ajudas para o aluguel e o pagamento de hipotecas.

O presidente informou que queria ver o que os democratas propõe no esboço e disse que o governo "teve o que queria" no pacote anterior do resgate.

Atualmente, os líderes republicanos no Congresso, que controlam o Senado, e a Casa Branca estão considerando fazer uma pausa para ver como o atual pacote de estímulos está funcionando.

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