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BERD prevê impacto econômico 'maciço' da pandemia, principalmente na Europa central

13/05/2020 10h11

Londres, 13 Mai 2020 (AFP) - O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) prevê um impacto "maciço" da pandemia de coronavírus nas economias da Europa central e oriental e, em menor grau, em alguns países da bacia do Mediterrâneo.

O BERD, cuja sede está em Londres, publicou nesta quarta-feira (13) suas previsões econômicas para os 37 países que abrange, nos quais prevê uma queda de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, antes de uma recuperação de 4,8% em 2021.

Essas estimativas estão sujeitas, porém, a uma grande incerteza, alerta o banco, que trabalha com uma saída progressiva do confinamento e com um retorno à normalidade no segundo semestre.

"A crise tem um grande impacto e superá-la será difícil", diz Beata Javorcik, economista-chefe do BERD.

"Não é hora de se refugiar no nacionalismo e no protecionismo econômico. É hora de construir um futuro melhor, graças ao livre-comércio, à luta contra as mudanças climáticas e à cooperação econômica", recomenda.

O BERD explica que a pandemia afetou os países tanto pelas restrições adotadas para impedir a disseminação do coronavírus quanto pela redução do comércio de matérias-primas e do turismo, essencial para muitos países frágeis.

As economias da Europa central e dos Estados bálticos estarão entre as mais afetadas, devido ao confinamento mais estrito, com uma queda de 7% no PIB da Croácia, Letônia e Lituânia.

No sul da Europa, o PIB da Grécia vai contrair 6%, como no Chipre, devido ao colapso do turismo.

O PIB da Turquia cairá 3,5% antes de se recuperar em 2021.

A Rússia registrará um recuo de 4,5%, afetada pelo colapso dos preços do petróleo.

No Mediterrâneo, Marrocos (-2%) e Tunísia (-2,5%) devem limitar o golpe, ao contrário do Líbano (-11%), onde o coronavírus agravou uma crise política e econômica com inflação desenfreada e queda da libra libanesa.

Apenas um grupo de países escapará da queda do PIB em 2020, incluindo o Turcomenistão, o Uzbequistão e o Egito, este último graças a projetos de infraestrutura e ao contínuo boom das telecomunicações.

jbo/ved/pcm/af/bl/mr/tt