'Desapropiação' de agroexportadora segue sobre a mesa, afirma Fernández
Buenos Aires, 20 Jun 2020 (AFP) - O presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou neste sábado (20) que a opção de expropriar pela via de um projeto de lei a agroexportadora Vincentín, a quarta maior da Argentina, continua em avaliação.
Assim que o governador de Santa Fé, Omar Perotti, apresentar ao presidente uma opção de "resgate" da empresa pela via do concurso de credores no qual se encontra, Fernández declarou que espera que a Justiça aceite essa proposta.
"Espero que o juiz nos permita. Se ele disser não a essa opção apresentada por Perotti de ir pela via do concurso, não tenho outro caminho senão a desapropriação", afirmou Fernández em declarações à rádio El Destape, reproduzidas pela agência oficial Télam.
O governador de Santa Fé (localizado no norte de Buenos Aires, e onde fica a sede da Vicentín), disse na sexta, depois de se reunir com Fernández, que pediu "a intervenção (da empresa) para ter a administração da empresa Vicentín e interromper a desapropriação", e acrescentou que Fernández "acompanhou essa apresentação".
A iniciativa foi apresentada depois que o juiz que realizou o concurso de credores limitou as decisões dos auditores nomeados pelo Estado, e restabeleceu o conselho de administração da empresa, decisão criticada por Fernández.
Em documento oficial, o governo de Santa Fé alegou que "os atuais membros do conselho não são adequados para conduzi-lo", e pediu para substituir os auditores nomeados pelo governo.
A Vicentín é a quarta maior exportadora agrícola da Argentina. Possui dívidas de cerca de 1,3 bilhão de dólares, principalmente com produtores agrícolas.
Também deve cerca de 255 milhões de dólaresao Banco Nación, o maior banco estatal do país, por empréstimos concedidos durante o governo Mauricio Macri (2015-2019), que estão sob investigação judicial por suspeita de manobras fraudulentas "para prejudicar o Estado", segundo o promotor no caso.
A empresa foi um dos principais patrocinadores da campanha de de reeleição de Macri no ano passado.
Fernández (centro-esquerda) disse que impulsionaria a desapropriação por meio de uma lei a ser discutida no Congresso, mas estava disposto a encontrar alternativas.
"O presidente havia dito que se houvesse propostas que se sobreponham à intervenção, ele as aceitaria", declarou o governador de Santa Fe.
Em seguida, a Justiça deve resolver se aceita a proposta do governo de Santa Fé apoiada pelo Executivo.
mr/dga/bn
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