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Espanha dá um passo para presidir o Eurogrupo

25/06/2020 08h55

Madri, 25 Jun 2020 (AFP) - Nadia Calviño, terceira vice-presidente do governo espanhol e ministra de Assuntos Econômicos, apresentou oficialmente a candidatura para presidir o Eurogrupo, no momento de elaboração do plano de recuperação pós-coronavírus.

"Apresentei minha candidatura para presidir o Eurogrupo, com a vontade de seguir trabalhando por uma zona do euro forte e próspera em benefício de todos os cidadãos europeus", escreveu no Twitter Nadia Calviño, que atuou durante 12 anos em cargos importantes da Comissão Europeia, até entrar para o governo de Pedro Sánchez em 2018.

A candidatura foi apresentada no último dia de inscrições para potenciais sucessores do português Mario Centeno no prestigioso cargo. Sob mandato do lusitano, porém, o posto perdeu influência e precisa de um novo impulso, de acordo com analistas.

"Seria uma honra para o governo da Espanha e para mim, como presidente, que Nadia Calviño, assumisse a presidência do Eurogrupo, um órgão chave para a cooperação e reconstrução de uma Europa mais forte e unida", escreveu o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, também no Twitter.

"Pela primeira vez a Espanha e uma mulher liderariam a instituição", completou.

Com mandato de dois anos e meio, a pessoa eleita para comandar o Eurogrupo preside as reuniões mensais do organismo que reúne os ministros das Finanças dos 19 países que compartilham a moeda única. O principal objetivo é a coordenação das políticas econômicas nacionais.

O prazo de apresentação de candidaturas acaba às 18H00 e a Espanha foi o único país a confirmar sua candidatura, mas também circularam os nomes dos ministros das Finanças de Luxemburgo, o liberal Pierre Gramegna, e da Irlanda, Paschal Donohoe.

De acordo com jornal The Irish Times, Donohoe, que poderia continuar à frente das Finanças no governo de coalizão atualmente em negociação, apareceria como "um candidato de compromisso", em um contexto de divisão entre os países do norte e do sul.

As nações do Norte, lideradas pela Holanda, mantêm uma disputa com os países do Sul, liderados por Espanha e Itália, sobre o bilionário plano de recuperação da Comissão Europeia para superar a profunda recessão de 2020.

A eleição acontecerá em 9 de julho. O primeiro nome a receber o apoio de 10 dos 19 ministros será o novo presidente.

Não está descartada a possibilidade de um consenso entre os europeus até a data.

O principal desafio da zona do euro é sair da recessão prevista para 2020 que, segundo o Fundo Monetário Internacional, poderia alcançar 10,2% do PIB.

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