Irlanda busca candidatos para substituir comissário europeu de Comércio
Dublin, 27 Ago 2020 (AFP) - A Irlanda lançou nesta quinta-feira a busca por um candidato "de altíssimo calibre" para substituir o comissário europeu para o Comércio Phil Hogan, que renunciou na véspera acusado de violar as restrições de saúde impostas em seu país contra a propagação do coronavírus.
Hogan, de 60 anos, um jogador influente nas negociações comerciais do Mercosul e conversas pós-Brexit, renunciou na noite de quarta-feira após uma semana de escândalo crescente sobre uma recente viagem à Irlanda durante a qual, entre outras coisas, ele participou de um jantar de gala com 80 convidados quando reuniões de mais de 50 pessoas eram proibidas.
Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou em Bruxelas que o vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis assumirá as suas funções provisoriamente.
Ela instou o governo irlandês a "apresentar candidatos adequados" e pediu que outros comissários não violem as regras nacionais e regionais a respeito da COVID-19, lembrando que "os europeus fizeram sacrifícios e aceitaram restrições difíceis".
A Irlanda, um país com um grande setor agrícola e importante pecuária, foi um dos mais urgentes antes de os negociadores europeus e sul-americanos chegarem a um acordo em junho de 2019.
Isso agora está em perigo devido às dúvidas de vários países europeus diante da ameaça ecológica que paira sobre a Amazônia no Brasil. A chanceler alemã, Angela Merkel, expressou pela primeira vez "sérias dúvidas" sobre seu futuro na sexta-feira.
"Nosso objetivo será ter uma pessoa de alto calibre nomeada", disse o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, à emissora pública RTE, sem citar nomes.
A mídia local referiu-se na quinta-feira ao ex-primeiro-ministro Leo Varadkar, ao ministro das Relações Exteriores, Simon Coveney, e ao ministro das Finanças, Paschal Donohoe - recentemente nomeado presidente do Eurogrupo - como possíveis substitutos de Hogan.
Mesmo assim, os três detêm cargos de responsabilidade em um governo de coalizão formado meticulosamente há apenas dois meses e que corre o risco de desmoronar ao lidar com o aumento das infecções por coronavírus e uma série de escândalos.
Outros possíveis candidatos incluem a vice-presidente do parlamento europeu, Mairead McGuinness, e a ex-vice-primeira-ministra Frances Fitzgerald.
Martin, confrontado com a crescente raiva pública contra Hogan, pressionou-o a renunciar após saber que ele viajou por um condado no país onde um bloqueio local foi aplicado e não respeitou a quarentena de 14 dias ao chegar à Irlanda.
O jantar de gala em que participou, realizado num clube de golfe em 19 de agosto e com a presença de um juiz do Supremo Tribunal e legisladores das câmaras alta e baixa do Parlamento irlandês, está sendo investigado pela polícia e resultou em uma série de renúncias de alto nível, incluindo a do ministro da Agricultura, Dara Calleary, e a do vice-presidente do Senado, Jerry Buttimer.
jts-acc/mb/cc
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