Argentina chega ao fim da reestruturação de sua dívida
Buenos Aires, 28 Ago 2020 (AFP) - A Argentina chega ao final do processo de reestruturação de sua dívida nesta sexta-feira (28), com o vencimento do prazo para adesão à oferta de troca de cerca de US$ 66 bilhões.
"Temos altíssimas expectativas em relação ao número de credores que vão entrar no swap", disse o representante argentino no Fundo Monetário Internacional (FMI), Sergio Chodos.
Em uma primeira oferta apresentada em 16 de abril e rejeitada pela maioria dos credores, a Argentina fez duas alterações. A mais recente foi em 4 de agosto. Com ela, obteve a aprovação dos principais fundos de investimento, com cerca de metade dos títulos em sua carteira.
A proposta argentina passou de pagar uma média de US$ 39 por cada 100 para US$ 54,8 por 100. O "swap" inclui títulos emitidos em reestruturações anteriores de 2005 e 2010 e outros títulos colocados a partir de 2016.
Embora a oferta feche nesta sexta-feira, os resultados não serão conhecidos até segunda-feira. Os bônus de 2005 e 2010 exigem adesão de 85% de seus titulares, enquanto os emitidos a partir de 2016 têm exigência menor, de 66%.
Se uma troca bem-sucedida for alcançada, a Argentina sairá da inadimplência em que entrou em maio, ao deixar de pagar US$ 500 milhões em juros sobre três dos títulos sujeitos à troca e, depois, com mais US$ 600 milhões de outros dois bônus.
Terceira maior economia da América Latina e membro do G20, esta foi a nona vez em sua história que a Argentina ficou inadimplente.
- O resto da dívida -A saída do "default" permitirá à Argentina pagar o serviço da dívida que tem com organismos multilaterais, em particular com o FMI, ao qual deve cerca de US$ 44 bilhões, com vencimentos a partir de setembro de 2021.
"Estamos acalmando a frente externa para ter uma frente interna viável. Precisamos concluir a negociação com o FMI para iniciar outra com o Clube de Paris, que expira em maio e tampouco é 'enfrentável' (sic) nessas condições", declarou Chodos em um entrevista de rádio.
A Argentina anunciou esta semana o início das negociações formais para um novo programa de crédito com o FMI, substituindo o acordo "stand-by" assinado em 2018 por cerca de US$ 57 bilhões.
Ao assumir a Presidência em dezembro passado, Alberto Fernández suspendeu o acordo "stand-by" e renunciou às parcelas pendentes do acordo, considerando que a dívida argentina não era sustentável.
"Agora temos que pedir ao FMI dinheiro para pagar o FMI. Caso contrário, é impagável", disse Chodos.
nn/mr/yow/tt
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