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Opep estuda manter sua redução da produção de petróleo

30/11/2020 14h03

Londres, 30 Nov 2020 (AFP) - Os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúnem nesta segunda-feira (30) durante o primeiro dia da cúpula ministerial que busca um acordo sobre as cotas de produção de petróleo, diante de um mercado em baixa devido à pandemia do coronavírus.

O objetivo comum da aliança dos países produtores de petróleo é manter à tona um setor duramente atingido pela pandemia da covid-19 que, após atingir o fundo do poço em abril, recupera aos poucos o nível de preços.

Para isso, o cartel terá que reduzir drasticamente a produção do chamado "ouro negro" e adaptá-la a uma demanda que está pelos terrenos, estratégia que traz pouca receita, mas permite relançar os preços.

A reunião, que ocorre por meio de videoconferência, está prevista para começar nesta segunda-feira.

E aos 13 países membros do cartel da Opep juntam-se na terça-feira os dez países associados conhecidos como Opep +, entre os quais se destaca a Rússia.

- Reunião sob incertezas -Pelo acordo em vigor alcançado em abril, a retirada do mercado de 7,7 milhões de barris por dia (mbd) teria que ser reduzida para 5,8 mbd a partir de janeiro de 2021, mas a maioria dos observadores concorda que haverá um adiamento de três a seis meses, uma vez que o efeito da segunda onda da covid-19 não foi previsto.

No entanto, os progressos recentes nas vacinas contra o novo coronavírus dos laboratórios AstraZeneca, Pfizer/BioNTech ou Moderna têm permitido um aumento nos preços do petróleo, o que traz alguma incerteza a uma reunião que já este ano foi marcado por divergências.

A primeira cúpula de 2020, que ocorreu em março na sede da organização na Áustria, foi um grande fiasco. Rússia e Arábia Saudita saíram da reunião presas em uma guerra fratricida de preços.

Embora os membros do cartel atualmente compartilhem a meta das cotas de produção, o tema começa a ser espinhoso.

O preço do petróleo subiu 25% desde o início de novembro e se aproximou dos níveis pré-pandêmicos, entre US$ 45 e US$ 50 para o barril WTI americano e do Brent do Mar do Norte, as duas referências do petróleo.

O impacto que as campanhas massivas de vacinação, o retorno à atividade econômica, os deslocamentos e, consequentemente, o aumento do consumo de petróleo, não serão sentidos por vários meses, enquanto a Opep o define, pelo menos, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021.

O barril europeu de Brent e o WTI caíram nesta segunda-feira, um sinal do temor dos investidores em relação à cúpula da Opep, apontam vários analistas.

bp/anb/etr/grp/me/bn

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