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Uma das maiores fazendas "verticais" da Europa abre suas portas na Dinamarca

07/12/2020 11h10

Taastrup, Dinamarca, 7 dez 2020 (AFP) - Uma luz roxa ilumina as caixas empilhadas onde alface, ervas aromáticas e couve brotarão em uma das maiores fazendas "verticais" da Europa, que acabou de abrir em um depósito na zona industrial de Copenhague.

Prateleiras de 14 níveis vão do chão ao teto neste enorme hangar de 7.000 metros quadrados, usado pela startup dinamarquesa Nordic Harvest. Os produtos que são cultivados aqui serão colhidos 15 vezes por ano, embora nunca entrem em contato com o solo ou recebam luz solar.

Eles são iluminados por 20.000 lâmpadas LED, vinte e quatro horas por dia.

Minúsculos robôs, carregando bandejas de sementes, se movem de um corredor para outro, dando à fazenda um toque ainda mais futurista.

As grandes caixas de papel alumínio estão quase vazias por enquanto, mas a alface e outras folhas verdes brotarão em breve.

Anders Riemann, fundador e CEO da Nordic Harvest, espera colher cerca de 200 toneladas de produção no primeiro trimestre de 2021 e quase 1.000 toneladas anuais quando a fazenda de 50 funcionários estiver operando totalmente no final do mesmo ano.

Isso torna o armazém Taastrup uma das maiores fazendas verticais da Europa.

- Neutros em emissão de CO2 -Essas fazendas urbanas receberam uma recepção fria dos agricultores rurais, que questionam sua capacidade de alimentar o planeta e criticam o consumo de eletricidade ou o preço de seus produtos.

Porém, Anders Riemann destaca os aspectos ecológicos de sua fazenda, com produtos cultivados próximos ao consumidor e o uso que se faz da energia verde.

"Uma fazenda vertical se caracteriza por não agredir o meio ambiente, reciclando toda a água, nutrientes ou fertilizantes", explica Riemann, que não usa agrotóxicos.

Na Dinamarca, líder na Europa em parques eólicos, cerca de 40% da eletricidade vem de fontes renováveis.

"No nosso caso, usamos 100% da energia produzida pela energia eólica, o que nos torna neutros em termos de CO2", acrescenta o agricultor urbano.

Embora não queira revelar o valor da conta de eletricidade da Nordic Harvest, Riemann acrescenta que a energia vem de "certificados eólicos" registrados na bolsa de energia dinamarquesa.

Esses documentos legais garantem que "a quantidade de eletricidade consumida em um ano é equivalente à eletricidade produzida por turbinas eólicas numeradas no mar", ressalta Riemann.

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