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Chegou 'a hora da verdade' no diálogo pós-Brexit, diz negociador da UE

18/12/2020 06h58

Bruxelas, 18 dez 2020 (AFP) - As conversas entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido sobre as relações pós-Brexit chegaram à "hora da verdade", com apenas algumas horas disponíveis para alcançar um acordo - disse o negociador da UE, o francês Michel Barnier, nesta sexta-feira (18).

"Estamos na hora da verdade. Nos resta muito pouco tempo, apenas algumas horas úteis nesta negociação, se quisermos que um acordo entre em vigor em 1o de janeiro", quando Londres estará fora da união aduaneira, disse Barnier ao Parlamento Europeu.

"Temos que falar com muita sinceridade (...) Não posso lhes dizer qual será o resultado dessa reta final das negociações. E, por isso, devemos estar preparados para todos os cenários", afirmou.

Barnier também mencionou que, nesta sexta-feira, retomará as conversas com o negociador britânico, David Frost, para tentar encontrar "um acordo aceitável, em particular sobre pesca".

"Não temos certeza de que conseguiremos, se não fizermos todos um esforço real e concreto", insistiu.

Barnier fez referência à questão dos direitos de pesca e do acesso das frotas europeias às águas territoriais britânicas, uma questão que se tornou o principal obstáculo para um acordo.

"Não acho que seja justo, ou aceitável, que os pescadores europeus não tenham acesso a essas águas", disse Barnier.

Em outra parte de seu discurso, Barnier responsabilizou a equipe britânica por fazerem as negociações chegarem a esse ponto crítico.

"Os britânicos decidiram o prazo mínimo em que estamos presos agora. Em junho, rejeitaram qualquer forma de extensão da transição (...) e estabeleceram 31 de dezembro como a hora da verdade", apontou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conversaram por telefone na noite de quinta-feira. Na conversa, ambos admitiram as dificuldades para alcançar um acordo.

Em uma breve declaração, Von der Leyen disse que superar as persistentes divergências seria "muito difícil". Johnson afirmou, por sua vez, que é "muito provável" que as negociações fracassem.

ahg/me/tt