Crescimento da China em 2020 será o mais baixo em 40 anos, dizem especialistas
A China deve anunciar na segunda-feira (18) sua pior taxa de crescimento anual em mais de 40 anos, devido ao coronavírus, apesar de uma forte recuperação registrada no final de 2020 com o controle da pandemia.
Um grupo de 13 especialistas consultados pela AFP estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia do mundo cresceu em média 2% em 2020.
Esse número significaria o pior desempenho econômico do gigante asiático desde 1976, quando seu PIB caiu 1,6%, antes que Deng Xiaoping lançasse uma série de reformas profundas que deram início a um ciclo de expansão extraordinária.
Se esse número se confirmar para 2020, a China seria um dos poucos países com crescimento positivo, mas com queda nítida em relação aos 6,1% registrados em 2019, que já representavam um mínimo em quase 30 anos.
Primeiro país afetado pela epidemia de covid-19, a China sofreu uma queda histórica no crescimento no primeiro trimestre de 2020 (-6,8%), após a adoção de medidas de confinamento sem precedentes que desaceleraram a atividade.
A melhora gradual das condições sanitárias a partir da primavera permitiu, porém, a recuperação do PIB.
No terceiro trimestre, o crescimento aumentou 4,9% ano a ano. E, no último trimestre, a recuperação deve ser bem mais acentuada, segundo analistas ouvidos pela AFP, que projetam um crescimento do PIB de 6,3% para o período outubro-dezembro.
A China retornaria, então, a uma taxa de crescimento pré-pandêmica, "graças às fortes exportações, ao crescimento dos investimentos e a uma recuperação no consumo das famílias" no quarto trimestre, de acordo com o analista da Oxford Economics Tommy Wu.
Embora grande parte do mundo continue sofrendo as consequências da epidemia, a forte demanda por produtos médicos e por equipamentos de teletrabalho (em particular, computadores) está beneficiando os produtores chineses.
As exportações do gigante asiático aumentaram novamente 18,1% no mês passado.
Em 2021, a economia chinesa registrará "uma forte recuperação", diz Raphie Hayat, analista do RaboBank, que aposta em relações comerciais mais calmas com os Estados Unidos após a saída de Donald Trump da Casa Branca.
No entanto, "a incerteza deve persistir" na frente da saúde para as famílias, e isso "os impedirá de consumir como teriam feito" sem a crise da covid-19, avisa Hayat.
A China conseguiu conter a epidemia de coronavírus em seu solo por meio de testes, confinamentos, quarentenas e controle de movimento. A vida voltou praticamente ao normal, exceto por alguns surtos localizados.
Alguns setores, principalmente de serviços, continuam sofrendo, porém, como hotéis, restaurantes e atividades recreativas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou na semana passada que o impacto do vírus continua afetando a demanda doméstica. A instituição reduziu sua projeção de crescimento para a China neste ano em 0,3 ponto, para +7,9%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.