Biden atende crise alimentar nos EUA, enquanto se aproxima julgamento político de Trump
Washington, 22 Jan 2021 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abordou nesta sexta-feira (22) um dos efeitos mais visíveis da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus com as medidas de apoio a milhões de americanos que passam fome, enquanto se aproxima o julgamento político de seu antecessor, Donald Trump.
À espera de que o Congresso aprove um plano de emergência de US$ 1,9 trilhão para reativar a economia, revelado na semana passada, o presidente democrata prevê atender dois assuntos urgentes: aumentar a ajuda alimentar e reforçar os benefícios sociais dos trabalhadores federais.
Biden, que assumiu o cargo na quarta-feira, já emitiu 27 ordens executivas para enfrentar suas prioridades mais urgentes pela crise sanitária e econômica provocada pela covid-19.
Enquanto isso, avança no Congresso a confirmação do novo gabinete. O general reformado Lloyd Austin recebeu luz verde para ser o secretário da Defesa, tornando-se o primeiro negro a assumir a chefia do Pentágono.
O Senado também deveria confirmar o secretário de Estado, Antony Blinken, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, após aprovar na quinta-feira a nomeação de Avril Haines, ex-número dois da CIA, como diretora nacional de Inteligência.
O Senado se prepara, ainda, para o iminente julgamento político de Trump, denunciado pela Câmara de Representantes de "incitar a insurreição" durante o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro, que deixou cinco mortos.
O novo líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, anunciou que a ata de acusação contra o ex-presidente será enviada à Câmara alta na segunda-feira.
A presidente da Câmara baixa, Nancy Pelosi, assegurou que os legisladores democratas que vão atuar como promotores estão "prontos" para o processo perante os 100 senadores.
- Trinta milhões passam fome -É provável que o processo contra Trump complique a agenda legislativa de Biden. Mas a Casa Branca quer que o Congresso aja com urgência para mitigar a crise provocada pelo novo coronavírus.
"Quase 30 milhões de americanos sofrem por não ter o suficiente para comer", disse a jornalistas Brian Deese, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.
"Isto inclui um em cada cinco adultos negros e latinos, segundo a pesquisa mais recente", acrescentou, destacando que um total de um em cada sete lares tem dificuldades para se alimentar adequadamente.
Com as escolas fechadas pela pandemia, estima-se que cerca de 12 milhões de crianças que recebiam alimentação escolar tampouco têm o suficiente para comer.
As filas nos refeitórios populares aumentaram e os bancos de alimentos estão sobrecarregados, inclusive nos bairros abastados da capital federal.
Biden vai pedir ao Departamento de Agricultura que amplie e flexibilize seu programa de assistência a pessoas e famílias de baixa renda e sem renda (SNAP), que substituiu o programa de Cupons de Alimentos, que permitia a famílias pobres obter produtos em lojas autorizadas.
Também quer aumentar em 15% a quantidade de dinheiro que o governo deposita nos cartões eletrônicos EBT (Electronic Benefit Transfer) "para refletir corretamente o custo das refeições perdidas" devido ao fechamento das escolas. Atualmente, são depositados até US$ 5,7 diários por criança em idade escolar.
- "Não são suficientes" -"Estas são ações concretas e ajudarão as famílias que precisam de assistência agora", disse Deese. "Mas não são suficientes para solucionar a crise alimentar que enfrentamos", admitiu.
"Daí a necessidade de um plano de resgate para a economia", para o qual as negociações começarão em breve no Congresso, acrescentou o alto funcionário.
O governo Biden quer assegurar-se também que as ajudas já aprovadas pelo Congresso cheguem às famílias que mais precisam delas.
Segundo o Conselho Econômico Nacional, "muitos americanos tiveram problemas em receber a primeira parte de pagamentos diretos e até oito milhões de lares elegíveis não receberam os pagamentos emitidos em março".
Biden já assinou uma ordem executiva para estender a moratória dos despejos por falta de pagamento.
Cerca de 18 milhões de americanos vivem do seguro desemprego. Este subsídio foi prorrogado até o final de setembro, assim como a possibilidade de obter licença remunerada por doença em caso de contágio pela covid-19.
O desemprego situou-se em dezembro em 6,7%, muito longe dos 3,5% de um ano atrás, antes do início da pandemia.
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