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Confrontos em Nova Délhi entre agricultores e opositores ao seu movimento

29/01/2021 11h57

Nueva Delhi, 29 Ene 2021 (AFP) - Centenas de agricultores indianos, que se manifestam há mais de oito semanas, e opositores ao seu movimento entraram em confronto nesta sexta-feira (29) em Nova Délhi, enquanto a polícia tentava dispersar os grupos rivais com gás lacrimogêneo.

Esses confrontos ocorrem em um contexto de mobilização há dois meses de milhares de agricultores, que acampam nos principais eixos das estradas na entrada da capital indiana, para dar um maior eco à sua luta contra as reformas que visam a liberalização dos mercados agrícolas.

Este movimento constitui o maior desafio para o primeiro-ministro nacionalista indiano Narendra Modi, desde que chegou ao poder em 2014.

A polícia indiana lançou um importante dispositivo de segurança em Délhi na quarta-feira e fechou várias de suas principais avenidas, após as manifestações de agricultores que se transformaram em violentos confrontos com as forças de ordem, causando um morto e várias centenas de feridos na terça-feira.

Grupos locais consideram que os agricultores devem ir embora, enquanto os líderes do movimento agrícola afirmam que o protesto vai continuar.

Nos confrontos desta sexta-feira, um policial foi ferido por um agricultor que carregava uma espada, segundo um jornalista da AFPTV. Do outro lado, homens mascarados, gritando "acabem com os traidores!" atacaram os agricultores depois de conseguirem ultrapassar as barreiras policiais.

Os agricultores se opõem às reformas que planejam liberalizar os mercados agrícolas, regulados há décadas por órgãos do Estado com preços mínimos garantidos. Eles consideram que a reforma permitirá aos conglomerados indianos controlar a indústria agroalimentar.

Por sua vez, o governo alega que as leis são necessárias para garantir o futuro do setor agrícola, fundamental na economia indiana.

O peso do setor agrícola no país é notável, porque garante a subsistência de cerca de 70% dos 1,3 bilhão de habitantes do país, e contribui em cerca de 15% para seu PIB.

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