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FMI entra em debate sobre retirada de pensão e diz ser 'contraproducente'

O logotipo do Fundo Monetário Internacional é visto fora do prédio da sede durante a reunião de primavera de FMI/Banco Mundial em Washington, EUA - Yuri Gripas/Reuters
O logotipo do Fundo Monetário Internacional é visto fora do prédio da sede durante a reunião de primavera de FMI/Banco Mundial em Washington, EUA Imagem: Yuri Gripas/Reuters

08/02/2021 17h08

O Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou no debate sobre a retirada dos fundos de pensão na América Latina nesta segunda-feira (8), implementada com o objetivo de estimular a demanda para combater a crise da covid-19, e qualificou a medida como "contraproducente".

"Acho que continuar a minar os sistemas, permitindo retiradas significativas, na verdade aprofunda os problemas dos sistemas no médio prazo, porque as taxas de reposição serão menores", disse o diretor do FMI para as Américas, Alejandro Werner, em um colóquio virtual.

Para Werner, "um movimento para permitir saques indiscriminados é contraproducente", num momento em que Peru e Chile permitem parte dos fundos de capitalização privada economizados.

Antes, em entrevista coletiva virtual, ele admitiu, porém, que no caso do Chile essa retirada ajuda a crescer a demanda agregada e isso sustenta a recuperação.

"Acho que há maneiras melhores de usar os recursos dos fundos de pensão para continuar apoiando a recuperação dessas economias", disse Werner.

Para o alto executivo do FMI, a intenção por trás dessas políticas não é errada, mas ele acredita que existem maneiras mais "criativas" de empregar esses recursos.

Werner também enfatizou que não se deve esquecer que esses sistemas de capitalização "têm sido fundamentais para apoiar significativamente o investimento nesses países".

O gerente do FMI esclareceu que acredita que o sistema precisa de "doses mais fortes de regulamentação para continuar reduzindo as taxas" pagas pelos usuários em alguns países.

Ele também destacou que deve ser buscado um acordo para aumentar as contribuições para que o retorno para as pessoas seja maior e também incorporar elementos sobre o comportamento dos trabalhadores.

Para Werner, estes elementos tornam este sistema algo muito complexo "que não pode ser tratado como um sistema aberto de competência tradicional".