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Biden promulga pacote de US$ 1,9 trilhão e enviará mensagem de 'esperança' a americanos

11/03/2021 18h43

Washington, 11 Mar 2021 (AFP) - O presidente americano, Joe Biden, promulgou nesta quinta-feira (11) o gigantesco plano de estímulo econômico de US$ 1,9 trilhão aprovado no Congresso, antes de um pronunciamento em que enviará uma mensagem de "esperança" aos americanos diante da pandemia da covid-19.

Biden deu seu aval oficial para o pacote de ajuda econômica -que chamou de "histórico"- em uma cerimônia no Salão Oval da Casa Branca que contou com a presença da vice-presidente americana, Kamala Harris.

No 50º dia de seu mandato, o presidente fará seu primeiro discurso solene em horário nobre, às 20h locais (22h no horário de Brasília), para relembrar dos "sacrifícios" feitos pelos americanos durante a pandemia.

"Existem razões reais para ter esperança, eu prometo", afirmou, acrescentando que "vemos a luz no fim do túnel".

No pronunciamento, Biden "detalhará os próximos passos que tomará para controlar a pandemia, será sincero com os americanos sobre o que ainda é necessário para derrotar o vírus e dará uma visão de esperança sobre o que é possível, se todos nos unirmos", disse um funcionário de alto escalão que pediu para não ser identificado.

Apesar da oposição no bloco dos republicanos, que denunciam gastos excessivos, os democratas - que são maioria na Câmara de Representantes - adotaram ontem um plano de US$ 1,9 trilhão, um valor equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Itália.

Celebrando "uma vitória histórica para os americanos", Biden anunciou sua intenção de defender esse plano.

Na terça, deve ir para a Pensilvânia, na primeira etapa de uma série de deslocamentos.

- Mais de 530.000 mortes -Seu discurso à nação acontecerá exatamente um ano após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia da covid-19.

O vírus já causou mais de 530.000 mortes nos Estados Unidos, e a maior economia mundial se contraiu 3,5% no ano passado, seu pior desempenho desde a Segunda Guerra Mundial.

"Há exatamente um ano, disse que íamos passar por um momento muito difícil. Mas nunca poderia imaginar que este país teria mais de meio milhão de mortos" pela pandemia, disse à emissora ABC o imunologista Anthony Fauci, assessor do então presidente Donald Trump e agora de Biden.

Graças ao sinal verde do Congresso, milhões de americanos receberão cheques de ajuda direta, em um montante global de cerca de US$ 400 bilhões.

O plano também estende até setembro benefícios excepcionais de desemprego que expiraram em 14 de março.

E reserva US$ 126 bilhões para escolas, desde pré-escolas a estabelecimentos do ensino médio, para apoiar sua reabertura apesar da pandemia, bem como US$ 350 bilhões para estados e grupos locais.

Em meio a uma campanha de vacinação a todo vapor, a Casa Branca anunciou que quer comprar mais 100 milhões de doses da Johnson & Johnson, o que dobraria a quantidade ordenada pelos Estados Unidos a esta empresa farmacêutica.

O país já fez pedidos para receber até o final de maio as doses necessárias para vacinar todos os adultos americanos, graças a outras duas vacinas licenciadas - uma da Pfizer/BioNTech, e outra, da Moderna -, das quais o governo americano encomendou 300 milhões de doses de cada uma.

O presidente insiste na necessidade de se preparar para eventuais contratempos.

"Precisamos de uma flexibilidade máxima (...) Muitas coisas podem acontecer e temos de estar prontos", assegurou.

"Se tivermos uma sobra, vamos dividir com o resto do mundo", disse ele.

Em um vídeo intitulado "Depende de você", os ex-presidentes Jimmy Carter, George W. Bush, Bill Clinton e Barack Obama pediram nesta quinta-feira pela manhã que todos os americanos se vacinem.

Entre anedotas pessoais (Bush, por exemplo, sonha com um "estádio lotado" para ver o Texas Rangers), os quatro estimularam seus compatriotas a deixar qualquer reserva de lado. A única ausência nesta iniciativa, que reúne todos os ex-presidentes vivos, é o republicano Donald Trump.

De seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, seu antecessor republicano Donald Trump tentou se colocar, novamente, sob os holofotes na noite de quarta-feira.

"Espero que todos os americanos se lembrem, enquanto recebem a vacina contra a covid-19, que, se eu não tivesse sido presidente, não estariam recebendo essa magnífica injeção em cinco anos, no mínimo", escreveu ele, em um breve comunicado.

"Espero que todo mundo se lembre", acrescentou Trump, que, apesar de sua derrota no final de seu primeiro mandato, não descarta voltar a se candidatar em 2024.

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