Biden diz que combate à inflação é maior 'prioridade nacional' de seu governo
Washington, 10 Mai 2022 (AFP) - O presidente americano, Joe Biden, assegurou nesta terça-feira (10) que "a inflação é sua principal prioridade nacional", em um momento em que o aumento dos preços pesa nos orçamentos das famílias e em sua popularidade.
"Quero que cada americano saiba que levo a inflação muito a sério", disse o presidente.
Biden disse que algumas das "raízes da inflação" estão "fora de (seu) controle", como a pandemia de covid-19 ou os efeitos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
"É por isso que vemos uma inflação histórica no mundo inteiro", insistiu, ao destacar que não se trata de um problema exclusivo dos Estados Unidos.
Em março, 60% da inflação no país originava-se do aumento da gasolina provocado pelo conflito na Ucrânia, afirmou.
Sua mensagem chega em um momento em que os preços da gasolina - um fator altamente sensível na economia dos americanos - alcançaram um novo recorde nesta terça e na véspera do anúncio do índice da inflação de abril.
Os economistas esperam uma inflação menos forte em abril, após bater um recorde em 40 anos em março.
- Gasolina nas nuvens -Nesta terça, o preço médio do galão (3,78 litros) de gasolina era de 4,374 dólares, segundo a associação de motoristas AAA.
Superou, assim, o recorde anterior de 11 de março passado, após a invasão russa da Ucrânia e o início das sanções contra Moscou, quando estava em 4,33 dólares.
Há um ano, o preço médio do galão de gasolina era de 2,967 dólares.
"O custo da gasolina segue o aumento dos preços do petróleo cru, em um momento em que o mundo busca encontrar uma fonte de abastecimento alternativa ao petróleo russo", explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
- "Ferramentas" contra a inflação -Em março, a inflação alcançou 8,5% em 12 meses nos Estados Unidos, segundo o índice CPI sobre o qual as aposentadorias estão indexadas.
A disparada dos preços da gasolina e da alimentação provocada pela guerra na Ucrânia contribui fortemente para o aumento generalizado. Sem estes dois itens mais voláteis, a inflação subjacente alcança igualmente 6,5%, e se mantém em níveis máximos em 40 anos.
Enquanto isso, no mesmo mês, o índice PCE subjacente foi de 5,2% em um ano, e de 6,6% se forem considerados todos os preços. O Federal Reserve (Fed, banco central americano), que fixa a política das taxas de juros, se baseia no PCE.
Ambos os índices são calculados com base em metodologias e uma cesta de bens diferente, daí a disparidade dos percentuais.
Os republicanos lembram que a inflação começou a subir muito antes da guerra na Ucrânia.
Para combater a alta nos preços, o Fed eleva suas taxas de referência. Isso aumenta de forma geral o custo do crédito que os bancos dão a seus clientes e freia o consumo e o investimento.
O Fed "tem as ferramentas adequadas" e deveria agir "rapidamente" para frear a inflação, com um novo aumento dos juros, disse nesta terça-feira John Williams, presidente da filial nova-iorquina da entidade monetária.
"Espero que o FOMC (Comitê de Política Monetária) aja rapidamente para que as taxas básicas voltem a níveis mais normais este ano", isto é, em torno de 2-2,50% contra o atual 0,75-1,00%, expressou o funcionário em uma conferência na Alemanha do Bundesbank e da Associação Nacional de Economia Empresarial (NABE).
O banco central americano elevou as taxas um quarto de ponto percentual em meados de março e outro meio ponto em 4 de maio, seu maior aumento desde o ano 2000.
O FOMC considerou que outros aumentos de meio ponto percentual estarão "em cima da mesa nas duas próximas reuniões", em 14-15 de junho e em 26-27 de julho.
"Temos uma vantagem em relação a episódios inflacionários anteriores", afirmou Williams, enumerando que "nossas ferramentas de política monetária são especialmente potentes nos setores nos quais observamos maiores desequilíbrios e sinais de sobreaquecimento, como os bens duráveis e a habitação".
aue/vgr/mr/yow/mvv
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso