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Grindr se prepara para estrear na bolsa de valores valendo mais de R$ 10 bi

Aplicativo de encontros para o público LGBTQ+ é usada por 11 milhões de pessoas por mês - Reprodução/Grindr
Aplicativo de encontros para o público LGBTQ+ é usada por 11 milhões de pessoas por mês Imagem: Reprodução/Grindr

Em San Francisco (EUA)

10/05/2022 10h35Atualizada em 10/05/2022 10h37

O aplicativo de encontros para o público LGBTQ+ Grindr anunciou ontem a intenção de entrar na Bolsa, em uma operação que o avaliaria inicialmente em US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 10,8 bilhões).

A plataforma, usada por 11 milhões de pessoas a cada mês, espera arrecadar US$ 384 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) para investir em infraestrutura e ferramentas de monetização, a fim de atrair e reter mais pessoas e diversificar as receitas do negócio.

"Temos uma marca global presente em quase todas as partes na comunidade a que servimos, um tamanho impressionante, uma taxa de interação dos nossos usuários e uma margem operacional entre as melhores do setor, e iniciamos recentemente nosso percurso em termos de monetização e crescimento", destacou Jeff Bonforte, CEO do Grindr, citado em comunicado.

A empresa californiana optou por uma Spac (Special Purpose Acquisition Company). Ela ressaltou a "missão a serviço da comunidade LGBTQ+" e o potencial, ao indicar que o mercado-alvo "cresce rapidamente" e que o aplicativo atinge apenas "2%" desse mercado no momento. Também observou que 80% dos perfis correspondem a pessoas com menos de 35 anos.

O Grindr, no entanto, enfrenta problemas em vários países. A empresa americana recorreu recentemente de uma multa recorde de 6,3 milhões de euros (cerca de R$ 40,4 milhões) imposta pela Noruega por compartilhar dados pessoais ilegalmente.

Em outros países, o aplicativo é censurado. Ele desapareceu em janeiro das lojas de aplicativos na China, onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é proibido e as questões LGBTQ permanecem um tabu, embora a homossexualidade tenha sido descriminalizada em 1997.

Fundado em 2009, o Grindr pertenceu à especialista chinesa de jogos eletrônicos Kunlun Tech, obrigada a revendê-lo a uma empresa americana em 2020, após a pressão dos EUA, que citou motivos de segurança nacional.

Uma agência federal temia que usuários americanos fossem vítima de chantagem se o governo exigisse dados (orientação sexual ou soropositividade, por exemplo) à Kunlun Tech.