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Argentina diz que manterá metas econômicas acordadas com FMI

Silvina Batakis, ministra da Economia da Argentina, disse que país vai cumprir acordos com a FMI - Reprodução/Twitter
Silvina Batakis, ministra da Economia da Argentina, disse que país vai cumprir acordos com a FMI Imagem: Reprodução/Twitter

11/07/2022 15h13

A Argentina manterá as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as quais contemplam a redução do déficit fiscal para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ainda este ano - assegurou a nova ministra da Economia, Silvina Batakis, nesta segunda-feira (11).

"Mantêm-se as metas acordadas com o FMI. É um acordo que firmamos como Estado e temos que cumprir", disse Batakis em sua primeira coletiva de imprensa, uma semana após assumir o cargo.

Este ano, a Argentina assinou um acordo com o FMI de ampliação de recursos de cerca de US$ 44,5 bilhões, em substituição ao instrumento de crédito "stand-by" assinado pelo governo anterior de Mauricio Macri (2015-19).

O novo acordo contempla uma redução do déficit fiscal de 3% do PIB, no ano passado, para 2,5%, em 2022; 1,9%, em 2023; e 0,9%, em 2024.

Em suas declarações, a ministra ressaltou que é necessário "dar ordem e equilíbrio às finanças públicas", objetivo prioritário de sua gestão, uma vez superada a emergência econômica causada pela pandemia da covid-19.

"O setor público deve usar os déficits como instrumento anticíclico, mas, passadas as turbulências, o eixo de equilíbrio deve ser retomado", defendeu.

"Não vamos gastar mais do que temos", enfatizou.

Em 2020, a economia argentina se contraiu 9,9% e, em 2021, disparou, com um aumento de 10,3%. O FMI calcula que, este ano, a economia do país crescerá 4%.

- Tarifas e inflação -Com o objetivo de alcançar o equilíbrio fiscal, vai-se adotar uma segmentação nas tarifas de gás e de eletricidade, para reduzir os subsídios ao consumo de energia.

A partir de sexta-feira (15), será aberto um cadastro de usuários para manter os subsídios integrais apenas para os setores mais desfavorecidos. As classes médias terão subsídio parcial, e os mais ricos pagarão tarifa integral, de acordo com o plano do ministério.

Em 2021, os subsídios à energia totalizaram US$ 11 bilhões, equivalentes a 2,3% do PIB.

Sobre a inflação, projetada em 52% para este ano, uma das mais altas do mundo, Batakis disse que foi calculada antes do início da guerra na Ucrânia, um conflito que impactou os preços em nível mundial.

"O acordo (com o FMI) foi firmado antes do aumento da inflação mundial", observou a ministra, ao indicar que revisa uma nova estimativa.

"É uma questão metodológica que estamos avaliando, não é um afastamento do objetivo", completou.

A Argentina registra uma inflação de 60% no acumulado de um ano até maio de 2022, com previsão de fechar o ano em 76%, segundo levantamento de expectativas feito pelo Banco Central.

"Estamos trabalhando a expectativa de inflação com empresários e comerciantes. Estamos em uma situação totalmente diferente de quando poderiam ser feitas projeções inflacionárias", afirmou.

Batakis substituiu Martín Guzmán, arquiteto da reestruturação da dívida externa da Argentina, que renunciou, inesperadamente, em 2 de julho.