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Consumo se mantém forte nos EUA graças à queda nos preços da gasolina

17/08/2022 14h21

Os consumidores americanos mantiveram seu nível de gastos em julho graças à margem deixada pela queda nos preços da gasolina, segundo analistas e dados oficial publicados nesta quarta-feira (17).

O mercado observa com atenção estes números, que influenciam as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central), após várias altas nas taxas de juros para conter a inflação.

O total que os americanos gastaram em lojas, postos de gasolina, bares, restaurantes, entre outros, alcançou 682,8 bilhões de dólares em julho, semelhante a junho, segundo o Departamento de Comércio. 

O número é um pouco menor que o tímido aumento esperado por analistas, de 0,1%, segundo o consenso do MarketWatch.

- Nova margem -

"A vendas no varejo continuam fortes", confirmou a economista Kathy Bostjancic, da Oxford Economics.

"As pessoas parecem ter utilizado parte da economia obtida com queda dos preços da gasolina para gastar em outros artigos", constatou Ian Shepherdson, da Pantheon Macroeconomics, em nota.

As prestadoras de serviços também registraram queda da demanda, de 1,8% em julho sobre junho.

As vendas de veículos e peças automotivas também caíram no mês passado (-1,6%). 

Com exceção destes itens que sofreram retrocessos, as vendas varejistas subiram 0,7% em julho.

Os americanos gastaram mais principalmente em artigos para o lar como materiais de construção e jardinagem (+1,5%).

Estes números, no entanto, consideram o total de gastos mas não foram ajustados pela inflação, assim, embora o montante de gastos tenha sido mantido, as quantidades adquiridas foram reduzidas.

- Modo de ajuste -

O consumo se mantém forte apesar das medidas do Fed para esfriar a economia.

A inflação caiu igualmente em julho, a 8,5% em 12 meses, e não variou em comparação com a mensal. Continua alta, no entanto, mas abaixo dos 9,1% em 12 meses registrados em junho, um recorde em 40 anos.

O Fed se reunirá em meados de setembro.

Nesta quarta-feira foram publicadas as atas de sua última reunião, nas quais o Banco Central indica que continuará elevando as taxas básicas de juros, mas assegura que "no momento certo" será apropriado moderar estes aumentos.

Neste encontro, no qual decidiram um segundo aumento de 0,75 ponto percentual nos juros, os dirigentes do organismo consideraram que levará tempo para levar a inflação "inaceitavelmente alta" para o patamar de 2%, que considera saudável para a economia. Também consideraram o "risco" de que se possa aumentar as taxas mais do que o necessário e afetar a atividade econômica.

De qualquer forma, os membros do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) já observaram em sua última reunião a redução dos preços da energia e alguns indícios de que os desarranjos na cadeia de abastecimento estão se ajustando.

Enquanto isso, os consumidores americanos mantiveram os gastos, porém mudaram seus hábitos. 

O diretor financeiro da gigante dos supermercados Walmart, John David Rainey, explicou na terça-feira que cada vez mais eles escolhem comprar itens mais baratos, especialmente quando se trata de alimentos.

jul/vmt/rhl/mr/ad/jc/mvv

© Agence France-Presse