Tensões sobre oferta fazem disparar preços do petróleo
Os preços do petróleo se mantiveram em alta nesta segunda-feira (29), em um mercado temeroso de uma redução da oferta, enquanto o gás natural se beneficiou do primeiro sinal positivo da Alemanha em muito tempo.
Em Londres, o preço do barril Brent do Mar do Norte, de referência na Europa, para entrega em outubro, subiu 4,05%, fechando a 105,09 dólares.
Em Nova York, o barril do American West Texas Intermediate (WTI), de referência nos EUA e também com vencimento em outubro, subiu 4,24%, fechando a 97,01 dólares.
Edward Moya, da Oanda, avaliou que o mercado foi impulsionado pelos temores de uma deterioração da situação na Líbia, onde houve confrontos entre grupos armados que deixaram 32 mortos no fim de semana, assim como por uma redução da produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).
"Uma guerra civil [na Líbia] poria em risco as exportações" desse país do norte da África, disse Moya.
No ano passado, a Líbia exportou cerca de 1,1 milhão de barris diários, segundo a Agência de Informação de Energia dos Estados Unidos.
Enquanto isso, há perspectivas de que a Opep e seus aliados da Opep+ anunciem um corte de produção em sua próxima reunião, marcada para 5 de setembro.
Para Robert Yawger, do banco Mizuho, é esperado o anúncio de uma redução de meio milhão de barris por dia de sua meta de produção.
Outro fator de preocupação é o Iraque, sexto maior produtor de petróleo do mundo, onde houve enfrentamentos nesta segunda na Zona Verde de Bagdá, sede das instituições, invadida por simpatizantes do líder xiita Moqtada Sadr.
Além disso, há um novo obstáculo para ressuscitar o acordo nuclear com o Irã, depois que o presidente Ebrahim Raisi assinalou que "não faria sentido" reviver esse pacto sem o fechamento da investigação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre os lugares não declarados do país.
Por outro lado, no mercado de gás natural, o TTF holandês, de referência na Europa, despencou e chegou a cair 21% na sessão de hoje, antes de se recuperar um pouco.
Para Yawger, isso é resultado direto do anúncio da Alemanha de que suas reservas de gás estavam sendo preenchidas "mais rápido do que o esperado", nas palavras do ministro de Economia e Clima, Robert Habeck.
tu/jum/yow/atm/rpr
© Agence France-Presse
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