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Inflação nos EUA desacelera mais que o esperado em novembro

13/12/2022 15h44

A inflação desacelerou mais do que o esperado em novembro nos Estados Unidos, uma boa notícia para os consumidores e para o banco central, que se prepara para elevar suas taxas de referência nesta semana, mas menos do que nos últimos meses.

A inflação em novembro foi de 7,1% em 12 meses, ante 7,7% em outubro, segundo o índice de preços ao consumidor divulgado nesta terça-feira. É o mínimo desde dezembro de 2021. 

Segundo dados do Departamento do Trabalho, os preços subiram 0,1% em novembro, ante 0,4% em outubro. Os analistas esperavam 7,3% em 12 meses e de 0,2% no mês, segundo o site especializado MarketWatch.

Os preços de moradia foram "de longe a principal causa do aumento mensal". Essa variação não pôde ser compensada pela queda no custo da energia, detalha o Departamento do Trabalho em nota. 

O presidente Joe Biden mostrou-se cautelosamente otimista após a divulgação dos dados. Em declarações à imprensa na Casa Branca, afirmou que há "razões para um pouco de otimismo" e espera que um retorno à normalidade aconteça "até o final do ano que vem". 

"Os preços estão na direção certa, mas ainda estão muito altos", opinou Rubeela Farooqi, economista da HFE, em nota. 

O pico da inflação foi atingido em junho, com um aumento de 9,1% em 12 meses. Foi o maior registro desde 1981. Desde então, diminuiu lentamente.

- Otimismo -

A divulgação desses números coincide com o início, nesta terça-feira, de uma reunião do banco central americano, a Reserva Federal (Fed), cuja prioridade é baixar a inflação para 2% ao ano, patamar considerado saudável para a economia. 

Para isso, elevou as taxas desde março. O aumento do custo dos créditos fez com que as famílias e as empresas consumissem e investissem menos, o que ajuda a aliviar a pressão sobre os preços. 

A queda da inflação deve levar o Fed a aumentar as taxas menos do que nos últimos meses, no final de sua reunião de política monetária na quarta-feira. Espera-se um aumento de meio ponto percentual, porque os efeitos desse tipo de medida demoram a ser percebidos.

"A hora de reduzir o ritmo dos aumentos das taxas pode chegar na reunião de dezembro", alertou o presidente do Fed, Jerome Powell, no final de novembro. 

Um freio repentino demais na atividade econômica poderia mergulhar a economia dos EUA em uma recessão em 2023. 

O Fed, na verdade, é regido mais por outro índice, o PCE, cujos dados de novembro serão divulgados no dia 23 de dezembro.

Embora a forte alta dos preços reduza seu poder de compra, os consumidores americanos parecem otimistas, segundo estudo do Fed de Nova York publicado nesta segunda-feira. Eles acreditam que a inflação cairá para 5,23% em média dentro de um ano. 

"Qualquer previsão de inflação em 2023 deve ser considerada particularmente incerta", alertaram os economistas Joseph Gagnon e Asher Rose, do Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE), em artigo publicado em 5 de dezembro.

jul/pta/mr/db/erl/mr/aa/ic

© Agence France-Presse