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PIB da zona do euro reage e afasta perspectiva de recessão

31/01/2023 08h27

A economia da zona do euro cresceu 0,1% no quarto trimestre de 2022, segundo dados divulgados nesta terça-feira (31) pela agência europeia de estatísticas Eurostat, um resultado que afasta a perspectiva de uma recessão que parecia iminente.

De acordo com a Eurostat, o resultado do quarto trimestre representa uma leve queda em relação ao terceiro trimestre de 2022, que havia apresentado alta de 0,3%.

No conjunto de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro avançou 3,5%, informou a Eurostat, um percentual superior ao registrado em 2022 na China (3,0%) e nos Estados Unidos (2,1%).

O impacto da guerra na Ucrânia e a forte alta dos preços da energia lançaram uma nuvem de incerteza sobre o futuro da economia europeia, com a possibilidade de um cenário recessivo no inverno boreal.

A zona do euro é o grupo de 20 dos 27 países da União Europeia (UE) que adotam o euro como moeda comum e têm o Banco Central Europeu (BCE) como autoridade monetária.

Segundo o Eurostat, para o conjunto dos 27 países da UE, o PIB do quarto trimestre encerrou estável, após ter avançado 0,3% no terceiro trimestre. Desta forma, a UE como um todo fechou 2022 com o PIB em progressão de 3,6%.

Conforme a agência europeia de estatísticas, a Alemanha fechou o quarto trimestre com queda de 0,2%, e a Espanha, com alta de 0,2%. A Irlanda se destacou nesse trimestre, com um forte crescimento de 3,5%.

O difícil cenário de 2022 gerou uma expectativa sombria para a economia europeia em 2023.

Sendo assim, a Comissão Europeia (braço Executivo da UE) revisou significativamente para baixo sua previsão de crescimento do PIB em 2023, em apenas 0,3%, para os países que partilham a moeda única, ante o 1,4% esperado até agora.

- "Múltiplos desafios" -

O comissário europeu para a Economia, o italiano Paolo Gentiloni, elogiou no Twitter as "boas notícias".

"A zona do euro evitou uma contração no último trimestre de 2022. Continuamos enfrentando múltiplos desafios, mas as perspectivas para este ano parecem um pouco mais promissoras hoje do que no outono" boreal, disse.

Os analistas concordam em que o crescimento ainda é muito incipiente e que pode continuar assim até o final de 2023, ou quem sabe retornar a um possível cenário de recessão.

Para a Oxford Economics, "a economia da zona do euro evitou uma contração no quarto trimestre de 2022, mas o crescimento ainda foi muito fraco".

A consultoria afirmou que revisará "para cima nossa previsão para 2023, levando em consideração os números [desta terça-feira], mas é provável que o crescimento anual continue fraco". 

Bert Colijn, do banco ING, destacou a reação do quarto trimestre, mas observou que "é provável que mascare uma contração nos gastos das famílias. Os piores cenários para este inverno foram evitados, mas a economia permanece estagnada". 

A economia europeia escapou da recessão "por pouco. A maioria das economias [nacionais] está estagnada, ou com crescimento próximo de zero".

Nesse contexto, Andrew Kenningham, da consultoria Capital Economics, afirmou que a perspectiva de recessão foi adiada, mas não desapareceu completamente. 

"O pequeno aumento do PIB na zona do euro no quarto trimestre foi melhor do que temíamos há alguns meses, mas a economia, com exceção da Irlanda, continua estagnada", explicou. 

Como os dados mostram uma deterioração no final do trimestre "e a política monetária mais restritiva continua afetando famílias e empresas, acreditamos que uma recessão na zona do euro é provável este ano", destacou Kenningham.

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© Agence France-Presse