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IBGE: Salário médio mensal no comércio foi de quase R$ 1,9 mil em 2019

Dados constam na Pesquisa Anual do Comércio 2019, divulgada hoje pelo IBGE - Bruno Ruas/Estadão Conteúdo
Dados constam na Pesquisa Anual do Comércio 2019, divulgada hoje pelo IBGE Imagem: Bruno Ruas/Estadão Conteúdo

29/07/2021 11h06Atualizada em 29/07/2021 11h28

O salário médio mensal pago pelas empresas comerciais no Brasil em 2019 foi de 1,9 salário mínimo (em valores da época, R$ 1.896,2). A região Sudeste foi a única que apresentou salário pago acima da média nacional, atingindo 2 salários mínimos (R$ 1.996) por mês

A região Sul registrou salário igual à média do país (1,9 salário mínimo mensal), enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste (1,8 salário mínimo por mês; R$ 1.796,4) e a região Nordeste (1,4 salário mínimo por mês; R$ 1.397,2) pagaram salários abaixo da média nacional.

Os números constam Na PAC 2019 (Pesquisa Anual do Comércio 2019), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Brasil tinha, em 2019, 1,4 milhão de empresas comerciais com 1,6 milhão de unidades locais, ou lojas, cuja receita operacional líquida alcançava R$ 4 trilhões.

As empresas tinham 10,2 milhões de empregados, aos quais foram pagos naquele ano, entre salários, retiradas e outras remunerações, cerca de R$ 246,4 bilhões.

O valor adicionado bruto gerado por essas companhias atingiu R$ 660,7 bilhões. Entre 2014 a 2019, o número de empresas comerciais sofreu redução de 11% (menos 177,3 mil companhias) e o de lojas caiu 8,1% (ou menos 140,6 mil).

Em 2019, em comparação a 2010, o comércio por atacado, que é o principal segmento do comércio, ampliou sua participação de 42,7% para 45,2% da receita.

Da mesma forma, o varejo subiu de 42% para 44,9%. Por outro lado, o comércio de veículos, peças e motocicletas caiu de 15,3% para 9,9%.

De acordo com a pesquisa, a primeira atividade comercial, em termos de participação na receita operacional líquida, foi a de hipermercados e supermercados, que passou de 10,6% em 2010, para 12,9% em 2019.

Situação inversa foi apresentada pelo comércio de veículos automotores, que caiu de uma participação de 11,1%, em 2010, para 4,8%, em 2019.

Comercialização

A margem de comercialização — despesas que consumidores pagam aos intermediários pelo processo de comercialização — das empresas comerciais existentes no Brasil, em 2019, somou R$ 864,3 bilhões, destacando o comércio varejista, que respondeu por 56,1% desse valor, seguido pelo comércio atacadista (36,4%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (7,5%).

A taxa de margem de comercialização — divisão da margem de comercialização pelo custo das mercadorias vendidas — foi de 27,6% em 2010, crescendo para 28,8% em 2019.

A pesquisa do IBGE mostra que, com exceção da atividade de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes, todas as atividades do segmento do comércio varejista e do comércio de veículos, peças e motocicletas aumentaram a margem de comercialização entre 2010 e 2019.

Já todas as atividades do comércio por atacado reduziram as taxas de margem de comercialização no período analisado, com exceção do comércio por atacado de madeira, ferragens, ferramentas, materiais elétricos e material de construção.

No comércio varejista, a taxa de margem de comercialização evoluiu de 35,5% para 37,7%, entre 2010 e 2019, enquanto o comércio por atacado teve a taxa de margem reduzida de 24,1% para 22,3%.

População ocupada

Entre 2010 e 2019, a população ocupada do comércio cresceu 12,5%, chegando a 10,2 milhões de pessoas. O IBGE destacou, contudo, que, na comparação com 2014, o setor perdeu 4,4% dos postos de trabalho, ou o correspondente a 466,1 mil empregos.

A perda na ocupação entre 2014 e 2019 atingiu os três grandes segmentos comerciais analisados pela pesquisa. No comércio de veículos, peças e motocicletas, a perda foi de 3,4% ou menos 32 mil postos; no atacado, atingiu 5,9% (ou menos 108 mil vagas); e no varejo, registrou queda de 4,1%, (ou menos 326,2 mil postos de trabalho).

Em termos de postos de trabalho criados, o comércio varejista foi responsável por 74,2% dos empregos, em 2019, contra 73,1%, em 2010.

Já o comércio por atacado e o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas sofreram declínio, passando de uma participação de 17,2% e 9,7%, em 2010, para 16,9% e 8,9%, em 2019, respectivamente.

Revenda

A pesquisa revela também que a região Sudeste concentrava 50% da receita bruta de revenda do comércio do país em 2019, detendo quase metade (49,6%) das suas unidades locais. A segunda posição foi ocupada pela região Sul, com 20,8%.

Em 2019, São Paulo foi o único estado brasileiro a registrar empresas comerciais com participação da receita bruta de revenda acima de 50%, aparecendo com 61,1%.

Seguem-se com participação superior a 30% o Paraná (37,2%), Pará (36,9%), Rio Grande do Sul (33,8%), Goiás (33,7%) e Mato Grosso (33,2%).

Por grandes regiões, o ganho na receita bruta de revenda evoluiu de 19,5%, em 2010, para 20,8%, em 2019, no Sul do país; de 9,1% para 10,3%, na região Centro-Oeste; e de 3,7% para 4%, na região Norte.

Em contrapartida, houve perda de participação nas regiões Nordeste e Sudeste, que caíram de 15,3% para 14,9% e de 52,4% para 50% entre 2010 e 2019, respectivamente.