Governo dos EUA lança medidas para evitar fuga de capital

NOVA YORK, 23 SET (ANSA) - O governo dos Estados Unidos lança um ataque às empresas multinacionais que adquirem sociedades estrangeiras para transferirem suas sedes fiscais a outros países com impostos mais baixos.

O secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, anunciou nesta terça-feira (23) novas normas que dificultarão este tipo de negócio, denominado "inversão".

"É um primeiro passo que vai fazer as empresas pensarem melhor sobre uma possível mudança", disse Lew. 

As medidas foram aplaudidas pelo presidente Barack Obama. "Nos EUA, o trabalho duro compensa. A responsabilidade é recompensada quando todos jogam sob as mesmas regras", afirmou Obama.

Medidas querem evitar evasão de impostos

Além de dificultar a "inversão", o governo, agindo com base na sua lei fiscal, fez com que ficasse mais difícil para as empresas multinacionais acessarem a liquidez no exterior, mas sem pagar os impostos no EUA, uma técnica chamada "hopscotching".

Outra medida executada para evitar o escape das multinacionais e suas taxas visa dificultar as empresas de realizaram o "spin-off" (criação de uma empresa a partir de um grupo já existente) das filiais estrangeiras.

"Essas medidas vão reduzir a capacidade das empresas de fugirem dos impostos nos EUA", disse Lew.

País já perdeu R$ 48 bi com fuga de capital

Desde o início de 2013 foram assinados 13 acordos, com valores somados de U$ 178 bilhões (R$ 247 bilhões), de empresas norte-americanas que usaram aquisições no exterior para transferirem a sede e pagarem menos impostos.

Segundo o Tesouro dos EUA, o país perdeu U$ 20 bilhões (R$ 48 bilhões), devido a estas fugas de empresas para o exterior.

Empresas criticam medidas

O United States Chamber of Commerce, organização empresarial dos Estados Unidos, atacou as normas estabelecidas pelo governo dos EUA.

O grupo classificou as medidas de Obama como "vãs tentativas". "O sistema fiscal norte-americano é obsoleto e a tentativa da administração Obama não fará nada contra a fuga de capital. O capital vai aos locais onde é valorizado", afirmou a Chamber of Commerce. (ANSA)

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