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PIB da Itália pode cair 14% com nova onda de covid, diz OCDE

Se a emergência for controlada, o PIB italiano deve cair 11,3% em 2020 e subir 7,7% em 2021 - DANIELE MASCOLO
Se a emergência for controlada, o PIB italiano deve cair 11,3% em 2020 e subir 7,7% em 2021 Imagem: DANIELE MASCOLO

Da ANSA, em Roma

10/06/2020 18h08

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália pode cair 14% em 2020, antes de subir 5,3% em 2021, caso ocorra uma segunda onda do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Por outro lado, se a emergência for controlada, o PIB italiano deve cair 11,3% em 2020 e subir 7,7% em 2021, de acordo com um documento dedicado às perspectivas econômicas da Itália.

No caso de uma segunda onda epidêmica até o final do ano, a dívida pública do país europeu passará de 134,8% do PIB em 2019 para 169,9% em 2020 e depois cairá para 165,5% em 2021. Agora, se não ocorrer uma nova emergência, a dívida pública sairá de 134,2% em 2019 para 158,2% em 2020 e depois passará para 152,2% em 2021.

Além dos riscos de curto prazo associados à crise da pandemia, o principal risco diz respeito à força e duração da recuperação.

O setor de turismo na Itália é particularmente vulnerável a uma crise prolongada no chamado cenário de 'duplo impacto', porque o turismo provavelmente enfraquecerá no médio prazo, assim como as pequenas empresas do setor", diz o texto sobre a Itália no Panorama Econômico da OCDE. Para a organização, a crise do novo coronavírus representou "um retrocesso nos esforços para alcançar um crescimento mais forte e inclusivo".

"As medidas emergenciais para lidar com as consequências econômicas da crise são justificadas e os esforços devem ser concluídos e dobrados para continuar um programa ambicioso de reformas estruturais", acrescentou. A OCDE reforça que é preciso "continuar a ampliar o apoio em áreas onde a demanda pode retornar rapidamente", porque isso "pode evitar o desemprego e acelerar a recuperação".

Por fim, a entidade ainda prevê uma recessão mundial de 6% até 2020 se a pandemia "se mantiver sob controle" e de 7,6% no caso de uma segunda onda da doença. Para a organização, o mundo enfrenta a maior crise sanitária e econômica desde a Segunda Guerra Mundial e vai precisar de políticas extraordinárias para atingir o equilíbrio e começar a recuperação da economia. Os três países europeus mais afetados são Itália, França e Reino Unido.

Brasil

A economia brasileira, por sua vez, deverá ter contração de 7,4% neste ano, podendo chegar a 9,1% de queda caso ocorra uma nova onda da pandemia da covid-19.

A OCDE também prevê que, se não ocorrer um novo surto da doença no país, o recuo do PIB poderá ser freado em 2020 e ficar em 7,4%, com uma recuperação progressiva e parcial da economia, que em 2021 cresceria 4,2%.