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Quem são as mulheres mais ricas da América Latina - e o que fazem as brasileiras da lista

25/03/2017 10h35

A lista de bilionários da revista Forbes está dominada por homens - em 2017, das 2.043 pessoas listadas, apenas 227 são mulheres e cinco delas são da América Latina, sendo duas brasileiras.

Embora ainda em menor número, a presença das mulheres cresceu neste ano e tem 25 nomes a mais do que em 2016 - 11% do total. A maioria delas herdou a fortuna.

Pelo segundo ano consecutivo, a francesa Liliane Bettencourt é a mulher mais rica do mundo, com uma fortuna de US$ 39,5 bilhões (R$122 bi) e aparece em 14º lugar. Liliane Bettencourt, ao lado do filho, é dona de um terço da marca de cosméticos L'Oreal.

A segunda mulher mais rica do mundo é Alice Walton, que tem uma fortuna de US$ 33,8 bilhões (R$102 bi) e é filha única do fundador do Walmart, Sam Walton. Na lista das dez mais ricas ainda aparecem Jacqueline Mars, cujo avô, Frank Mars, fundou a maior fabricante de doces do mundo, a Mars; Maria Franca Fissolo, cujo sogro criou a Nutella e o marido Michele Ferrero, já falecido, construiu o Ferrero Group.

A lista inclui cinco mulheres latino-americanas, e duas brasileiras - nem todas conhecidas do grande público. A BBC Brasil mostra quem são elas e os negócios que as levaram à lista de bilionários da Forbes.

1. Iris Fontbona (Chile)

Com a fortuna avaliada em US$ 13,7 bi (R$ 42,58 bi), ela ocupa o 84º lugar na lista.

Iris Fontbona ocupa o 84º lugar na lista - Reprodução/Picpicx - Reprodução/Picpicx
Iris Fontbona ocupa o 84º lugar na lista
Imagem: Reprodução/Picpicx

Aos 73 anos, é a mulher mais rica do Chile. A família dirige a mineradora chilena Antofagasta - a 9ª do mundo em exportação de cobre. Ela também é viúva de Andrónico Luksic, um empresário chileno de origem croata que fez a fortuna no setor da mineração e na indústria de bebidas.

O casal teve cinco filhos: Andronicus filho, William, Paola, Gabriela e Jean-Paul. De acordo com a Forbes, depois da morte de Luksic por câncer em 2005, Fontbona e os homens da família herdaram os negócios.

Além da Antofagasta, listada na Bolsa de Londres, a família tem ainda outras empresas, como o controle majoritário da Quiñeco Group, que reúne as empresas financeiras, como o Banco de Chile-  e em outros sectores como bebidas, energia, transportes e serviços portuários. Além disso, de acordo com a Forbes, os Luksic também são os proprietários de duas cadeias de hotéis de luxo na Croácia.

2. María Asunción Aramburuzabala (México)

Com a fortuna avaliada em US$ 5,8 bi (R$ 18 bi), ela ocupa o 205º lugar na lista.

21) A mexicana Maria Asuncion Aramburuzabala, de 52 anos, é herdeira de uma multinacional fabricante de bebidas, que produz, dentrer outras cervejas, a Corona. Maria tem fortuna estimada em US$ 5,5 bilhões - Reprodução - Reprodução
A mexicana María Asunción Aramburuzabala
Imagem: Reprodução

Maria, ao lado da mãe e da irmã (ambas chamadas Lucrécia), é acionista principal na empresa cervejeira Grupo Modelo, detentora da marca Corona, entre outras.

As mulheres herdaram a companhia em 1995, depois da morte de Pablo Aramburuzabala, pai de Maria.

A empresa foi fundada em 1925, e desde 2013, faz parte da maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Bush InBev.

A Modelo está presente em mais de 180 países, comercializa cerca de 15 marcas no México e exporta oito, entre elas a Budweiser e Stella Artois.

Segundo a Forbes, María Asunción também é diretora da Tresalia Capital, uma empresa que oferece serviços de armazenamento de dados.

3. Eva Gonda de Rivera (México)

Com a fortuna avaliada em US$ 5,6 bi (R$ 17 bi), ela ocupa o 269º lugar na lista.

16) Eva Gonda de Rivera é a viúva de Eugenio Garza Laguera, ex-presidente da FEMSA, uma multinacional mexicana do ramo de bebidas. Eva herdou do marido sua participação nos lucros da empresa após a morte dele, em 2008. Sua fortuna é avaliada em US$ 6,1 bilhões - Reprodução - Reprodução
Eva Gonda de Rivera: fortuna de US$ 5,6 bi
Imagem: Reprodução

Eva é viúva de Eugenio Garza Laguera, morto em 2008 e que deixou como herança para a esposa e as quatro filhas a participação majoritária na Femsa, a principal engarrafadora e distribuidora da Coca-Cola na América Latina.

Segundo a própria Femsa, os lucros da empresa chegaram a US$ 21 bi (R$ 66 bi) no ano passado. A companhia está nas bolsas de valores do México e de Nova York.

De acordo com a Forbes, a Femsa adquiriu a farmacêutica Farmacon em 2014 com o objetivo de reproduzir o sucesso que teve com a rede de supermercados Oxxo, presente na Colômbia e no México.

Do grupo das mulheres mais ricas da América Latina, Gonda é a única cuja fortuna diminuiu no último ano. Na edição anterior da lista da Forbes, a fortuna era avaliada em US$ 6,1 bi (R$ 19 bi).

4. Maria Helena Moraes (Brasil)

Com a fortuna avaliada em US$ 3,9 bi (R$ 12 bi), ela ocupa o 460º lugar na lista.

Brasileira mais bem colocada na lista entre as mulheres, Maria Helena é filha de José Ermírio de Moraes, fundador do Grupo Votorantim, um dos conglomerados industriais mais importantes da América Latina, com sede em São Paulo.

Ela tem participação em empresas financeiras, de cimento, alumínio, papel, energia e relacionadas à agricultura.

A empresa, que está sob controle absoluto da família Moraes, teve ganhos líquidos de US$9,4 bi (US$ 22bi) em 2015, de acordo com a Bloomberg.

5. Regina de Camargo Pires de Oliveira (Brasil)

Com a fortuna avaliada em US$ 3,1 bi (R$ 9,6 bi), ela ocupa o 630º lugar na lista.

Regina de Camargo Pires Oliveira Dias - Reprodução/Forbes - Reprodução/Forbes
Regina de Camargo Pires Oliveira Dias
Imagem: Reprodução/Forbes

Regina e suas irmãs, Renata e Rossana, são as acionistas da Camargo Correa, um conglomerado que atua em diversos setores - entre eles o da construção e engenharia.

A empresa foi fundada em 1939 pelo pai delas, Sebastião Camargo, que morreu em 1994.

Segundo a Forbes, atualmente a empresa tem operações em 16 países e emprega 27 mil trabalhadores. Em 2015, a Camargo Correa vendeu sua participação na empresa Alpargatas, fabricante dos chinelos Havaianas, por aproximadamente US$ 500 milhões (R$ 1,5 bi).

A empresa é uma das investigadas na Operação Lava Jato.