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Por que multinacionais e milionários são os maiores beneficiados pelo corte de impostos nos EUA

21/12/2017 20h08

Membros do partido Republicano estão prestes a alcançar um de seus objetivos mais antigos: a reforma tributária dos Estados Unidos.

Aprovada no Congresso, a lei deve ser sancionada por Donald Trump nos próximos dias. Esta será a maior mudança no código de impostos americanos em décadas, seguindo uma das principais promessas de campanha do atual presidente.

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Mas quem serão os principais vencedores e perdedores do novo regime de impostos? A BBC explica:

Vencedores

Empresas multinacionais

Pela legislação atual, essas companhias precisam pagar uma série de impostos. As alíquotas variam de 15% a 35% sobre lucros acima de US$ 10 milhões (ou R$ 33 milhões, aproximadamente).

O novo plano cria uma taxa única de 21%, que passa a valer em 2018, aliviando os custos dos principais pagadores de impostos.

Com a reforma, o país cria um novo sistema territorial que permite que essas empresas também deixem de pagar - ou paguem menos - impostos sobre lucros obtidos no exterior.

As corporações estão empolgadas - assim como os seus acionistas - que esperam que as empresas usem o dinheiro extra para pagar dividendos maiores.

Esta é uma das razões pelas quais o mercado de ações do país registrou altas nas últimas semanas nos EUA. Investidores da Bolsa de Valores estavam claramente entusiasmados com a perspectiva direta de ganhos.

Milionários

Com o novo plano, o imposto máximo nos EUA cai de 39,6% para 37%. Isso se aplica a rendas maiores que US$ 500 mil (R$ 1,65 milhão) para indivíduos e US$ 600 mil (R$ 2 milhões) para casais - um limite maior que o atual.

A nova lei também aumenta isenções tributárias sobre heranças -um ganho que beneficia um grupo relativamente pequeno de pessoas.

Apenas 1% das famílias americanas ganham mais de US$ 500 mil, segundo o Comitê Conjunto de Impostos do país.

As regras deixam de valer a partir de 2025.

Proprietários comerciais

O novo plano cria uma possibilidade de dedução fiscal para donos de negócios organizados como entidades da categoria "pass-through" -o modelo empresarial mais comum dos Estados Unidos (incluindo as Organizações Trump, comandadas pela família do presidente americano).

As regras deixam de valer a partir de 2025.

Ensino particular

O novo plano expande o uso de poupanças de educação com impostos reduzidos, conhecidas como 529s. Antes restrito ao ensino superior, o novo plano permite que pais usem até US$ 10 mil (R$ 33 mil) para pagar escolas privadas ou religiosas.

Perdedores

Famílias em Estados com custo de vida e impostos altos

Segundo a lei atual, famílias podem pedir deduções para seus pagamentos de impostos estaduais e locais. A nova lei reduzirá as deduções para US$ 10 mil (R$ 33 mil) - o que deve afetar pessoas de Estados como Nova York, Nova Jersey e Maryland.

Estes também são Estados com custos altos de moradia. Portanto, proprietários nestas regiões poderão ser afetados pelo novo limite da redução de juros de hipoteca.

Atualmente, os empréstimos de até US$ 1 milhão (R$ 3,3 milhões) são elegíveis às deduções - agora o valor cai para US$ 750 mil (R$ 2,47 milhões).

Talvez não seja uma coincidência - a maioria dos Estados mais afetados pelas mudanças de tributação são governados por democratas.

A maioria dos contribuintes, a médio prazo

Analistas estimam que 80% dos contribuintes terão impostos menores em 2018, quando as novas regras passarão a ser aplicadas.

Mas estes cortes expiram em 2025.

Segundo o Centro de Política Fiscal americano, cerca de 53% dos contribuintes pagarão mais impostos em 2027 - muitos deles em setores mais pobres da sociedade.

Pagadores de planos de saúde

O novo plano revoga a obrigatoriedade de que os norte-americanos contratem planos privados de saúde. Até então, quem deixasse de fazê-lo estaria sujeito a multas, em caso contrário.

Para analistas, a expectativa é de que pessoas saudáveis abandonem seus planos de saúde - o que aumentaria os custos para aqueles que permanecem.

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