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Sucesso no Natal dos EUA torna 'pau de selfie' o presente do ano em 2014

Decoração natalina em shopping feita pela empresa Innova Natal tem até sala com Papai Noel tirando selfie com o público? - Divulgação
Decoração natalina em shopping feita pela empresa Innova Natal tem até sala com Papai Noel tirando selfie com o público? Imagem: Divulgação

Spencer Soper

02/01/2015 15h41

2 de janeiro (Bloomberg) -- O dicionário Oxford fez de "selfie" a palavra do ano em 2013. Os consumidores americanos responderam transformando a vara de selfie no presente do ano de 2014.

Nesta temporada de Natal nos EUA, vendedores de câmeras, lojas de departamentos e drugstores tiveram dificuldades para atender a demanda da vara de selfie, uma vara retrátil que as pessoas prendem aos seus smartphones para tirar fotos melhores de si mesmas.

A Nordstrom Inc., que levou o modelo Selfie On A Stick a 118 lojas a partir do final de novembro, disse que teve que encomendar o item novamente duas vezes antes do Natal e que atualmente ele está esgotado. A ProMaster, que fornece acessórios para câmeras a 500 lojas americanas, disse que precisou continuar encomendando mais varas de selfie após esgotar o estoque. No dia 25 de dezembro, a hashtag #selfiestick ("vara de selfie", em tradução ao português) dominou o Twitter, porque as pessoas que ganhavam o acessório de presente postavam autorretratos com ele. O preço varia de US$ 10 a US$ 30.

"Nós realmente não conseguimos manter o produto em estoque", disse Jirair Christianian, proprietário da Mike's Camera, uma rede de 12 lojas com sede em Boulder, Colorado, EUA. "As pessoas estão tirando muitas selfies atualmente. A vara de selfie torna isso mais fácil e divertido".

A loucura de Natal aumenta a evidência de que os selfies -- fotos tiradas de si mesmo e compartilhadas em sites de redes sociais como o Instagram, do Facebook Inc. -- se popularizaram, mesmo com o estigma persistente de que a prática deveria ser deixada para estrelas de reality shows como Kim Kardashian. Em abril, o presidente Barack Obama entrou na onda dos selfies tirando uma foto dele mesmo com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, no banco traseiro de uma limusine durante uma viagem pela Pensilvânia.

Melhor invenção

Provavelmente centenas de milhares de varas de selfie foram vendidas nos EUA desde o verão no Hemisfério Norte (3o trimestre do ano), incluindo cerca de 100.000 apenas em dezembro, embora não haja um registro oficial porque os produtos são novos no mercado, disse Andy Brennan, analista da empresa de pesquisas IBISWorld. Os itens se tornaram populares em lojas de câmeras no verão e a demanda se intensificou perto do Dia de Ação de Graças depois que a revista Time classificou a vara de selfie como uma das melhores invenções do ano.

"Foi um dos presentes de Natal mais populares deste ano", disse Brennan, que acrescentou que drugstores como a Duane Reade, da Walgreen Co., tiveram problemas para estocar os acessórios. "Cada vendedor com quem eu falei sobre as varas de selfie disse que estava com estoque esgotado e que teve que se reabastecer".

Um representante da Walgreen não retornou um telefonema em busca de comentário.

Vários fabricantes produzem varas de selfie, que tecnicamente são chamadas de monopés extensíveis. Algumas delas possuem controles remotos Bluetooth que disparam a câmera. Outras exigem que o usuário ligue o timer de seu smartphone para tirar a foto. Muitas das varas podem se estender e alcançar até 1,2 metro.

A tecnologia provocou algumas dúvidas. Preocupados de que os controles remotos Bluetooth das varas de selfie pudessem interferir em outros aparelhos, em novembro o Ministério da Ciência da Coreia do Sul proibiu a venda de varas de selfie desregulamentadas, ameaçando com a aplicação de multas e prisão para quem desrespeitasse a lei.

Compensando os prejuízos

A popularidade dos acessórios dá uma certa sobrevida a algumas lojas de câmeras -- que estão vendo um declínio nas vendas de câmeras digitais convencionais, pois as pessoas usam cada vez mais os smartphones para tirar fotos --. Com as varas de selfie, as lojas de câmeras podem compensar as receitas perdidas, vendendo acessórios para o grupo cada vez maior de fotógrafos usuários de smartphones.

"Não se trata simplesmente de tirar uma foto de seus oito amigos mais íntimos usando a distância de um braço", disse Mike Worswick, dono da Wolfe's Camera em Topeka, Kansas, EUA, que acrescentou que as varas de selfie foram o acessório de melhor venda neste mês. "A vara tem algumas aplicações úteis que vão além do óbvio".