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Os dez países azarados que enfrentam a deflação neste ano

André Fonseca Tartar

06/02/2015 16h38

(Bloomberg) - Deflação, deflação, deflação. Foi o mantra apocalíptico de 2014, e em nenhum lugar foi cantado mais alto do que na Europa, faminta de crescimento.

Há apenas algumas semanas, economistas consultados pelo site de notícias Bloomberg News estavam convencidos de que 2015 seria o primeiro ano desde 2008 em que nenhum país teria uma deflação anual. Já não mais.

Depois de um mês marcado por mais um desmoronamento nos preços do petróleo, a vitória eleitoral do Syriza na Grécia e dados desapontadores sobre os preços na zona do euro, os economistas estão voltando a assobiar a melodia da deflação.

No total, oito países europeus se aproximarão da deflação neste ano, segundo as previsões anuais e trimestrais dos economistas.

Em vários desses países - a Bulgária, a Croácia, a Grécia, a Polônia, a Espanha e a Suécia -, a queda dos preços têm sido a norma desde pelo menos os últimos seis meses do ano passado. Não se espera que a Bélgica, a Estônia, a Alemanha e a Tailândia tenham deflação de forma trimestral ou anual, mas esses países já experimentaram quedas nos preços em janeiro.

Para outros, a deflação pode ser mais um flerte do que uma condição prolongada. Considere a Itália e o conjunto da zona do euro, onde se espera que os preços ao consumidor caiam entre 0,1% e 0,2% nos três meses até março, mas que finalizem o ano marginalmente mais altos.

Novas previsões da Comissão Europeia publicadas ontem são mais pessimistas e predizem uma média de deflação de preços para a Itália e a zona do euro durante todo o ano de 2015.

Um país que não integra oficialmente a nossa lista, mas continua na zona de perigo de deflação são os EUA.

O Bank of America Merrill Lynch antecipa uma queda média de 0,5% dos preços ao consumidor nos EUA neste ano, apesar de que seus estrategistas predisseram uma "vitória" na guerra dos bancos centrais do mundo contra a deflação em uma nota publicada anteontem.

Para fechar a lista dos dez países com maior risco de deflação está a Suíça, que provavelmente substitua a Bulgária como o país mais deflacionário do mundo. A exportadora alpina de relógios e produtos farmacêuticos já estava lutando contra o aplanamento dos preços - a média de inflação em 2014 foi de 0,2%o, segundo cálculos da Bloomberg - quando o Banco Nacional Suíço surpreendeu todos em 15 de janeiro ao eliminar seu limite cambial máximo, vigente havia três anos.

O choque deflacionário resultante, segundo notas de pesquisa recentes do Deutsche Bank e do Rabobank, acarreta uma queda dos preços de até 1,5% neste ano para os consumidores suíços.